A professora Samantha Barbosa voltou a falar sobre a sua expulsão de um voo da Gol entre Salvador e o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Em entrevista ao Bahia Meio Dia, a baiana revelou seu sentimento na hora que foi retirada pela Polícia Federal.
“Eu não estava calma. Estava assustada com tudo que estava acontecendo. Talvez por ser uma professora, isso tenha me ajudado e me expressar bem naquele momento. O que eu queria ali é que as pessoas que estavam comigo no avião soubessem o que estava acontecendo”, disse.
Passado o susto, a professora começou a refletir sobre o ocorrido. “O que passa pela minha cabeça é por que certas coisas aconteceram comigo. Por que com outras pessoas do voo aconteceu diferente? Porque meu corpo foi visto como ameaça a ponto de ser expulso do avião?”, indagou.
Perguntada pela apresentadora Jéssica Senra se houve racismo, Samantha preferiu evitar acusações. “Quem vai dizer é a Justiça. Minha reflexão é: será se essa situação teria ocorrido com uma pessoa diferente de mim. Todos nós sabemos que existe um racismo estrutural no Brasil”, afirmou.
Em nota enviada ao CORREIO, a Gol informou que, “durante o embarque do voo G3 1575 (Salvador – Congonhas), havia uma grande quantidade de bagagens para serem acomodadas a bordo e muitos clientes colaboraram despachando volumes gratuitamente. Mesmo com todas as alternativas apresentadas pela tripulação, uma cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo”.
No texto, a empresa aérea lamenta os transtornos causados ao clientes e diz que “as acomodações das bagagens devem seguir as regras e procedimentos estabelecidos, sem exceções”. A Companhia informou ainda que segue apurando “cuidadosamente os detalhes” do caso.