InícioEditorialExposição conta história do 2 de Julho em fotografias

Exposição conta história do 2 de Julho em fotografias

Um conjunto fotográfico que reúne 12 registros do 2 de Julho foi alvo da atenção de dezenas de pessoas que passaram pela praça de alimentação do Aeroporto de Salvador, na tarde desta quinta-feira (13). Em painéis dispostos ao redor do amplo espaço, o público viu de perto os detalhes de símbolos carregados por aqueles que participaram do Cortejo Cívico – deste e de outros anos – e pôde conhecer, através das lentes da fotógrafa Amanda Tropicana, a história da Independência da Bahia contada em linguagem visual na exposição ‘Retratos de Dois de Julho’. O projeto fotográfico foi resultado de capturas de imagens feitas por Amanda ao longo de muitos anos e que foram guardadas em seu acervo pessoal. Ela conta que não tinha pretensão de expor o trabalho, mas ficou animada com a oportunidade. “A primeira motivação para a exposição foi o Bicentenário do 2 de Julho na Bahia e a segunda foi a realização de transformar um acervo, que ficaria guardado, em uma festa. O 2 de Julho é da gente, do povo, da Bahia. Então, estar no aeroporto com tanta gente de tantos lugares podendo conhecer um pouco a forma que eu vejo a festa é a maior motivação para que essa exposição aconteça”, afirma. Fotógrafa profissional desde 2009, Amanda Tropicana já passou pelo fotojornalismo e fotografia documental, tendo sempre como foco a cultura baiana. E foi desse jeito, fotografando o estilo de vida dos banhados em dendê e em axé, que ela conquistou seu lugar na profissão. Até o momento, já participou de mais de 30 exposições, dentre elas a ‘Fifth Annual Exposure Photography Award”, no Museu do Louvre, em Paris. Ela afirma que, apesar de toda experiência, sua essência permanece. “Até hoje eu trago o olhar de quem ama estar onde está e de quem ama fazer o que faz. A fotografia possibilitou que eu me comunicasse melhor. Eu sou um pouco tímida, mas através da fotografia eu consigo falar bastante. Gosto de ficar atenta aos detalhes, às coisas ao meu redor, ao movimento”, destaca. Detalhes Os gostos de Amanda são traduzidos no seu trabalho. Em todas as imagens expostas, a riqueza de detalhes e o movimento estão presentes, impressos no retrato dos corpos pretos, nos símbolos da independência baiana e nas decorações das ruas que recebem o Cortejo Cívico. Para Julio Ribas, CEO do Aeroporto, a linguagem visual é uma forma mais imediata de o público conhecer a verdadeira Independência do Brasil. “O aeroporto deve acolher as manifestações culturais, históricas e cívicas da Bahia. Isso contribui para o que chamamos de sense of place , ou seja, os nossos aeroportos têm que refletir o lugar em que eles estão. Ao ter esses eventos, contribui-se para esse senso e as pessoas locais se sentem respeitadas, mas também faz com que os visitantes conheçam mais da Bahia e tenham vontade de voltar”, ressalta Julio. Essa exposição fica até o início de agosto. Esperando o voo rumo a Aracaju, o técnico de estabilidade Pedro Rodolfo, 38, parou para conferir as fotografias dos Encourados de Pedrão, município localizado próximo à região de Feira de Santana e terra natal da sua família. “Eu estava curioso para ver se tinha alguma foto dos Encourados de Pedrão e achei. Eles homenageiam os sertanejos. Foram 40 sertanejos lá de Pedrão que foram a cavalo para lutar pela Independência do Brasil na Bahia. Todo ano, um grupo vem para Salvador fazer o desfile. Eu achei que a exposição conseguiu sintetizar bem o que foi o 2 de Julho não só para a Bahia, como também para o Brasil”, avaliou. No aeroporto só para conferir a exposição, o músico Max B.O, 44, que acompanha o trabalho de Amanda há anos, elogiou a sensibilidade das imagens. “É incrível estar aqui e ver algumas coisas da rua da minha casa, porque eu moro no Santo Antônio Além do Carmo, mas também ver outros 2 de Julho. Estou gostando muito. É uma característica dela não estar só focada em um rosto ou uma pose. Ela traz elementos que podem parecer despercebidos, então ela cria outro movimento de visão. Na imagem do Caboclo de Itaparica, dá para sentir a música, porque não dá para ver o rosto da pessoa, mas a mão no couro do tambor. Isso nos leva para outro lugar e outra ambiência de imagem”, descreve. O evento ainda contou com a apresentação musical da cantora Savannah Lima, que apresentou um repertório repleto de músicas baianas . “Essa exposição mostra justamente o retrato da nossa gente, cor, cabocla, nossas bandeiras e nossos corpos. Está sendo de muita importância estar aqui. Pensei um repertório que fala da nossa Bahia, dos nossos antigos carnavais, do Ilê Ayê, do Bloco Olodum, da Margareth Menezes e tantas outras vozes que cantam a nossa gente e nossa identidade”, disse Savannah.

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