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Funcionários da área ambiental pressionam Lula por reajustes

Funcionários do ICMBio aderiram na 5ª feira (4.jan) à paralisação iniciada pelo Ibama; categoria diz que governo enfraquece carreira ambiental

Na imagem, equipe de brigadistas do ICMBio e do Ibama em combate a incêndio Gustavo Figueirôa/@sospantanal

Luisa Carvalho 4.jan.2024 (quinta-feira) – 23h59

Mais de 600 funcionários do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) aderiram, na 5ª feira (4.jan.2024), à paralisação de funcionários da área ambiental que pressionam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por aumento de salário. Há 1.400 trabalhadores do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) que estão em greve desde 2 de janeiro.

Os funcionários protocolaram uma carta ao governo federal na 4ª feira (3.jan) pedindo a retomada das negociações entre o MGI (Ministério da Gestão e Inovação) e a Ascema (Associação Nacional dos Servidores de Carreira de Especialista em Meio Ambiente) para um novo plano de carreira à categoria. Eis a íntegra do documento (PDF—268kB).

Durante a paralisação, os trabalhadores devem se concentrar, exclusivamente, em atividades burocráticas internas. Segundo a associação que representa o setor, o trabalho em campo, incluindo a fiscalização, vistorias e pesquisas, será suspenso até que o governo apresente uma resposta às reivindicações. 

A partir da próxima semana, a categoria realizará assembleias nos Estados para decidir localmente outras atividades a serem somadas ao movimento de paralisação. Funcionários do SFB (Serviço Florestal Brasileiro) e Ministério do Meio Ambiente também avaliam a adesão à greve. 

“É uma resposta direta à falta de ação e suporte efetivo aos servidores e às missões críticas que desempenhamos. A presente medida nada mais é do que a expressão da luta pela valorização e respeito do serviço e do servidor público da área ambiental”, diz trecho da carta.

“Esta suspensão de atividades externas certamente terá impactos significativos na conservação da biodiversidade e na preservação do meio ambiente, atribuímos isso aos 10 anos de total abandono da carreira do serviço público que mais sofreu assédio e perseguição ao longo do governo anterior e que ainda não foi devidamente acolhida e valorizada pelo atual”, completa.

A “perspectiva de deslealdade” do governo Lula aos funcionários do setor ambiental também esteve presente em nota de repúdio da Asibama (Associação dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente), divulgada em 28 de dezembro, pouco antes do início da greve. Os funcionários declararam estar “estarrecidos” e “cansados” por não receberem uma devolutiva do governo sobre os pedidos de melhoria nas condições de trabalho.

“O governo de Lula/PT, especialmente pelo Ministério de Gestão e Inovação/MGI, chefiado pela ministra Esther Dweck, é atualmente o principal responsável pelo aumento do abandono, esvaziamento e enfraquecimento da carreira ambiental”, diz trecho da nota. 

reprodução/Instagram

Nota da Asibama (Associação dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente) em crítico ao governo

Ao Poder360, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que tem como prioridade a reestruturação das carreiras ambientais. “O MMA está em diálogo com o MGI para que seja apresentado um cronograma das próximas etapas de negociação com servidoras e servidores do ministério, do Ibama, do ICMBio e do SFB”.

O jornal entrou em contato com o MGI, mas não obteve resposta até a finalização deste texto. O espaço segue aberto. 

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