Os advogados do delegado Rivaldo Barbosa, preso desde março sob suspeita de ser um dos mentores do assassinato de Marielle Franco, afirmaram ao ministro Alexandre de Moraes que o general Richard Nunes, chefe do Estado-Maior do Exército, negou-se a prestar depoimento como testemunha na ação penal do caso Marielle no STF.
A defesa de Rivaldo disse a Moraes que havia combinado com o gabinete do general que ele falaria como testemunha de defesa do delegado em uma audiência virtual no dia 27 de setembro. Às 18h dessa quarta-feira (18/9), no entanto, segundo os advogados, um militar auxiliar de Richard Nunes entrou em contato e disse que o general não iria depor.
As justificativas para a recusa, conforme as informações prestadas a Alexandre de Moraes, foram que Nunes já havia prestado esclarecimentos à Polícia Federal e que o “Comando do Exército entende que a presença do Chefe do Estado-Maior no referido ato processual poderá comprometer a imagem daquela Força”.
Os advogados argumentaram que toda testemunha arrolada em um processo é obrigada a depor, afirmaram que a oitiva não vai tratar das atividades do general como militar e pediram a Moraes que alerte Nunes sobre a possibilidade de ele ser conduzido coercitivamente, ou seja, à força, ao depoimento caso se recuse a fazê-lo.
Ex-chefe da divisão de homicídios e da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa se tornou réu no caso Marielle acusado de ser um dos mentores do assassinato, em março de 2018.
Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República, Barbosa foi cooptado pelos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão antes mesmo do crime, como meio de evitar que as investigações avançassem. Rivaldo Barbosa teria feito sugestões sobre a execução da vereadora, a exemplo de evitar que ela fosse morta em deslocamento a caminho ou na volta da Câmara Municipal, o que levaria as investigações ao âmbito da Polícia Federal.
Richard Nunes foi incluído na lista de testemunhas de defesa de Rivaldo Barbosa por ter sido o secretário de Segurança Pública responsável por sua nomeação à chefia da Polícia Civil fluminense. Barbosa assumiu o cargo na véspera do assassinato de Marielle. À época, a segurança do Rio de Janeiro estava sob intervenção federal decretada pelo governo Michel Temer.
A coluna tenta contato com o general Richard Nunes.
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