O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou, em uma entrevista, que é Sergio Moro quem tem que dar explicações sobre supostas vendas de decisões judiciais. A declaração do ministro foi dada à CNN nesta segunda-feira (8/5).
“É uma solução muito fácil porque Tacla Duran diz, pelo menos, é o que está aí em todas as entrevistas, que teria feito um depósito de US$ 5 milhões para o escritório da mulher do Moro. Basta abrir a conta e esclarecer essa dúvida. Portanto, quem tem que fazer explicações sobre venda de decisões é Moro”, diz.
“Não nos falamos. Na verdade, nessa idade em que estou, com a experiência que eu acumulei, até os inimigos eu tenho que escolher. Eu tenho que escolher as brigas. Encaminhei o assunto ao Ministério Público, que houve por bem fazer uma queixa, uma denúncia contra Sergio.”
A fala faz referência a um vídeo divulgado em 14 de abril em que Moro aparece sorrindo e falando em “comprar um habeas corpus do (ministro do Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes”.
“Não, isso é fiança. Instituto para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes”, destaca Moro, no vídeo, em resposta a uma voz feminina.
Gilmar Mendes visita o STF após destruição causada por bolsonaristas durante invasão em ato antidemocrático 3
Ministro Gilmar Mendes, do STFBreno Esaki/Especial Metrópoles
ministro Gilmar Mendes
Gilmar MendesRegis Velasquez/Especial Metrópoles
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Gilmar Mendes é ministro do STFRegis Velasquez/Especial Metrópoles
DenúnciaNa última semana, a ministra Cármen Lúcia, também do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Secretaria Judiciária notificasse pessoalmente no caso.
Em 17 de abril, Moro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 17 de abril. No documento encaminhado ao STF, a PGR também pede sua prisão. Moro é acusado de calúnia, e a PGR ainda defende que, caso a pena seja superior a 4 anos de prisão, ele perca o mandato de senador federal, “conforme estabelecido pelo Código Penal”.
Em nota enviada ao Metrópoles, a defesa afirmou que Moro “se manifestará no prazo legal e na forma da lei após ser notificado do despacho da ministra Carmen Lúcia”.