Indicado para a PGR já foi questionado ao menos duas vezes sobre o tema e se absteve de fazer qualquer comentário sobre a investigação
Paulo Gonet Branco, indicado de Lula, diz não ter conhecimento dos autos do processo, que está em sigilo Mateus Mello/Poder360 – 13.dez.2023
Natália Veloso Anna Júlia Lopes 13.dez.2023 (quarta-feira) – 12h19
O indicado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o comando da PGR (Procuradoria Geral da República), Paulo Gonet Branco, se esquivou de perguntas de congressistas sobre sua opinião em relação ao inquérito das fake news, que tramita desde 2019 no STF (Supremo Tribunal Federal).
Durante a sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) no Senado nesta 4ª feira (13.dez.2023), Gonet foi questionado a menos duas vezes sobre uma eventual atuação na investigação, caso aprovado para o cargo.
Em resposta às críticas ao inquérito e à atuação do relator, ministro Alexandre de Moraes, o indicado de Lula diz não ter conhecimento dos autos do processo, que está em sigilo, e afirmou que só poderá analisar os documentos se assumir o cargo de procurador-geral da República.
“Com relação ao inquérito das fake news, eu não sei o que está acontecendo ali. Parte dos inquéritos está em segredo de justiça, quem atua nesses processos é o PGR. Não tenho informações sobre essa investigação”, respondeu Gonet ao senador Rogério Marinho (PL-RN).
O inquérito das fake news foi instaurado em março de 2019 pelo então presidente do STF na época, ministro Dias Toffoli. O magistrado designou Moraes para a relatoria da investigação. O objetivo é apurar eventuais divulgação de notícias falsas, ameaças e calúnias contras integrantes do STF e seus familiares.
O nome de Gonet para a PGR foi apoiado por Moraes diante do seu trabalho à frente do MPE (Ministério Público Eleitoral). Antes da indicação, o subprocurador ocupava de forma interina o comando da procuradoria-geral eleitoral.
Gonet é sabatinado nesta 4ª feira pela CCJ ao lado de Flávio Dino, indicado para a vaga de Rosa Weber no STF. Depois de passarem pela sabatina, os nomes serão submetidos ao plenário da Casa Alta. É esperado que o nome de Gonet seja aprovado com “folga” em relação à Dino, que deve ter de 48 a 52 votos, segundo líderes do governo no Congresso.