Nesta quinta-feira (11/1) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o último mês de 2023, permitindo o cálculo da inflação oficial do país do ano passado (de janeiro a dezembro).
O governo Lula (PT) e o mercado esperam que a inflação do primeiro ano de mandato fique dentro da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2023, o centro da meta estipulado é 3,25%. Como há intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%. Caso a expectativa se confirme, esta será a primeira vez, desde 2020, que a inflação ficará sob controle.
Inflação fecha 2022 em 5,79% e estoura meta pelo 2º ano seguido
Em 2023, a inflação no Brasil arrefeceu, o que abriu espaço para a queda da taxa básica de juros (Selic) — que hoje está em 11,75% ao ano. Em novembro, o IPCA ficou em 0,28%, de acordo com o IBGE. Puxado pelos preços das passagens aéreas, o resultado do mês mostra que a inflação acelerou em relação a outubro, quando foi de 0,24%.
No acumulado de 12 meses, até novembro, a inflação oficial do país foi de 4,68%. No ano, a inflação acumulada é de 4,04%.
No início de 2023, a maioria dos analistas do mercado estimava que o país encerraria o ano com uma inflação ao redor de 5,5%, acima da meta e do patamar atual.
De acordo com a última edição do Relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado na última segunda-feira (8/1), o mercado projeta que a inflação termine 2023 em 4,47%, abaixo do teto da meta definida pelo CMN.
A meta é um nível “desejável” de inflação anual, definido com dois anos de antecedência pelo Conselho Monetário Nacional, ligado ao Banco Central.
O ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad
Fernando Haddad, ministro da Fazenda Hugo Barreto/Metrópoles
Banco Central do Brasil BACEN. Brasília (DF), 26/06/2023. Foto:
Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília Breno Esaki/Metrópoles
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, e o ministro de Estado da Fazenda, Fernando Haddad Edilson Rodrigues/Agência Senado
Banco Central do Brasil BACEN – Copom – Metrópoles
Fachada do Banco Central Breno Esaki/Metrópoles
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central Vinícius Schmidt/Metrópoles
O que acontece se a meta é descumprida? A consequência direta do descumprimento da meta é a exigência de explicações por parte do Banco Central, por meio de carta aberta ao ministro da Fazenda. Além disso, o descumprimento da meta também coloca em cheque a confiança dos investidores.
Caso a meta seja estourada como aconteceu recentemente nos anos de 2021 e 2022 o presidente do BC, no caso, Roberto Campos Neto, precisa explicar os motivos que explicam seu descumprimento e indicar medidas que serão adotadas para assegurar que a inflação volte aos limites estabelecidos, além do prazo que se espera que as providências surtam efeitos.
Em geral, a solução envolve um aperto da política monetária, com alta dos juros.
Em 2022, por exemplo, em carta endereçada ao então ministro da Economia, Paulo Guedes, Campos Neto justificou que a pandemia da Covid-19 e a crise hídrica foram as principais causadoras das altas dos preços.