O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (28/11) que a alta do dólar é motivada pelo “ruído” em relação à reforma da renda, e não ao pacote de ajuste fiscal anunciado pelo governo. O dólar chegou a bater R$ 6 nesta quinta-feira.
“Vamos ver como isso acomoda. À medida que você vai explicando, as pessoas vão entendendo. Havia também uma confusão muito grande em relação à reforma da renda, que eu acredito que seja o que esteja dando o maior ruído. Não são as medidas apresentadas aqui”, disse o ministro depois de reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e líderes da Casa.
De acordo com o ministro, a equipe econômica já sabia que debater a renda exigiria aprofundamento, e é por isso que a proposta de toda mudança sobre a renda vai ficar para ser discutida no ano que vem.
“Nós sabemos que o debate da renda iria exigir um aprofundamento. Não é uma matéria que vai ser votada esse ano, nem deveria ser votada este ano pelo fato de ser uma matéria que tem que contar com o debate da opinião pública. É uma matéria que nunca foi enfrentada a rigor”, argumentou o ministro.
Junto ao pacote de ajuste fiscal, o ministro da Fazenda também anunciou o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR). A partir de 2026, pessoas que ganhem até r=R$ 5.000 serão isentas do imposto.
Dólar em valor recorde
A moeda norte-americana bateu os R$ 6 pela primeira vez na história na manhã desta quinta-feira. A marca recorde pode ser traduzida como uma resposta do mercado financeiro ao detalhamento da revisão de gastos públicos e do anúncio da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês.
Por volta das 11h50, o dólar subia 1,30%, cotado a R$ 5,9894. Na máxima do dia, chegou a R$ 6,009.
No dia anterior, a moeda fechou em alta de 1,80%, cotada a R$ 5,9124. Esse foi o maior valor de fechamento desde 2020, ano da pandemia de Covid-19.