O homem acusado de gravar uma aluna de cursinho no prédio Iguatemi Business & Flat no último sábado (29) já foi indiciado por crime semelhante contra uma então estudante da Ufba, no ano de 2015. Na época, ele disse em depoimento à polícia que entrava nos banheiros da Escola Politécnica da Federação, e costumava observar mulheres.
Emerson Batista Santana também alegou ter problemas psicológicos, de acordo com o Termo Circunstanciado de Ocorrência do crime. A vítima na época desistiu do processo após um ano. Hoje, Emerson está sendo acusado também de gravar uma garota sem autorização, no que a Polícia o enquadrou pelo Artigo 216 B, o de gravar sem autorização conteúdo com cena de nudez com pena de 6 meses a 1 ano reclusão, por ser de menor potencial ofensivo.
Devido ao histórico, no entanto, a advogada da atual vítima, Márcia Martins, pretende enviar uma petição ao delegado da 16ª DP e uma notícia ao Ministério Público para pedir que o crime seja transformado em importunação sexual, com pena máxima de 5 anos.
“Pelo crime do artigo 216 B, não vai haver uma investigação. Essa não é a primeira vez que isso acontece, uma vez que no celular dele conseguimos ver pelo menos 15 vídeos gravados de outras mulheres. A polícia baiana está mais uma vez deixando esse indivíduo solto”, comenta.
O homem foi preso no sábado (29), e solto no mesmo dia. Apesar de já ter dado depoimento, a advogada da vítima ainda não teve acesso às novas declarações. Martins também não foi informada sobre onde se encontra o celular do suspeito, e se o objeto de fato passou por perícia.
No TCO de 2015 consta que a aluna relatou que o homem entrou no banheiro e a observou pela parte interior da porta, e quando ela percebeu, ele saiu andando normalmente em direção ao banheiro masculino. Na época, Emerson disse que trabalhava na Drogaria São Paulo como auxiliar de balanço.
Martins explica ainda que na época não houve comprovação de que ele tinha problemas psicológicos, mas caso isso se comprove ser verdadeiro, o processo é pausado e ele teria que ser encaminhado para tratamento.
Relembre o caso
Segundo conta Martins, a aluna estava no banheiro, quando viu o homem encontrar, e acreditou tratar-se de um engano. Ela só percebeu algo de estranho quando notou os pés dele na cabine ao lado, através da abertura embaixo.
“Quando ela olhou para cima, deu de cara com o celular. Ela saiu, acusou ele, que correu dizendo que não tinha feito nada, e foi quando as meninas do cursinho apareceram e conseguiram deter ele na frente do Capemi, com a ajuda de dois garis. Os seguranças do Capemi ajudaram a mantê-lo preso até a chegada da polícia”, relata a advogada.
A defesa da jovem ainda não sabe, no entanto, se o homem é um frequentador do condomínio, e se as outras vítimas filmadas por ele foram no mesmo local.
A Polícia Civil não respondeu aos questionamentos da reportagem até a publicação da matéria. O espaço está aberto para manifestações.