InícioEditorialJoão Dória: ‘tem 44% que não querem nem Lula, nem Bolsonaro’

João Dória: ‘tem 44% que não querem nem Lula, nem Bolsonaro’

A escolha da Bahia como primeiro destino de suas viagens para tentar se viabilizar como candidato à Presidência da República tem uma explicação emocional, diz o ex-governador de São Paulo, João Dória, que é o pré-candidato do PSDB ao Planalto. O pai dele, também João, nasceu em Salvador. Os avós são de Rio de Contas. Na agenda política, reuniões com empresários e ocupantes de cargos públicos. Durante uma visita à sede da Rede Bahia, na última sexta-feira, foi recebido pelo presidente do conselho de administração da empresa, Antonio Carlos Júnior. Lá falou sobre a expectativa para a escolha do nome que representará a terceira via no processo eleitoral deste ano e sobre os temas que serão destaques no debate eleitoral. 

Como você avalia as primeiras conversas aqui na Bahia?

Foram conversas de alguém que, com o coração e a alma baiana, deseja o melhor para a Bahia. Eu vim aqui também para reafirmar o meu apoio a ACM Neto. Se eu fosse eleitor da Bahia, meu voto para governador do estado seria dele. E fiz questão também de reafirmar o meu apreço pelo Bruno Reis, que lembra muito o Bruno Covas. Quando eu fui prefeito, eu tive um vice-prefeito competente, sério e leal e depois se tornou um prefeito competente, quando tive que me desligar para disputar o governo de São Paulo. Eu vejo no Bruno Reis o mesmo papel. O União Brasil, que é o partido que tem Neto como secretário-geral, é um aliado nesta terceira via, que eu prefiro chamar de via da esperança. As nossas conversas seguem evoluindo. Para isso é preciso dialogar, ter grandeza de coração, visão de Brasil e não pessoal. Neste sentido, estamos alinhados. Ao longo do tempo, isso tudo vai se cristalizar. 

O senhor está pronto tanto para ser o nome da terceira via, quanto para apoiar outro eventual escolhido?

Eu estou pronto para apoiar o Brasil. Não se faz um diálogo desta natureza com a condição de participar apenas se for o candidato. Isso não é ser democrata, não é coisa de quem ama o Brasil, mas a si próprio. O meu interesse não está acima do interesse do Brasil. Temos três candidatos: João Dória, Simone Tebet (MDB) e Luciano Bivar (UB), que não se lançou ainda, mas agora, dia 14, será lançado como pré-candidato. É um jogo afunilado. Oito candidatos já deixaram essa disputa. Isso não significa desrespeita-los ou desmerece-los, mas eles não chegaram a este vértice final. 

O tempo de escolha pode prejudicar a candidatura do centro?

Não, porque o tempo de escolha do eleitor vai ser mais curto e quem decide uma eleição não são os políticos, são os eleitores. Quem manda na eleição é o povo, não são os partidos. As pessoas, neste momento, não estão preocupadas com a eleição. Neste momento, elas estão preocupadas em ter comida no prato, com o seu emprego, sua renda, com a saúde dos seus filhos, que precisam ser vacinados. As pessoas são irão se voltar para a questão eleitoral no início do horário eleitoral, em 15 de agosto. Estamos saindo de uma pandemia, algo que o Brasil não vive há 100 anos. Estes dois anos e dois meses de pandemia mudou a história e o comportamento das pessoas. Muita coisa neste país mudou para pior. Tínhamos 15 milhões de pessoas em situação de pobreza e estamos saindo deste processo com 30 milhões que vivem em situação de vulnerabilidade. Este Brasil precisa mudar e nós temos que ter sentimento de humildade, não pode ter ninguém preocupado com o seu eu, é a hora do nós. Se os partidos continuarem a ter juízo, como estão tendo, vamos ter nomes para esta terceira via que atendam a 44% dos brasileiros que não querem nem Lula nem Bolsonaro. Ainda há esperança para o Brasil. Essa bolha não vai durar até 2 de outubro. 

Há quatro anos, o cenário eleitoral foi muito influenciado pelo combate à corrupção. O que será o grande tema de 2022?

A economia, com um grande destaque para o emprego e a renda. 

As questões econômicas vão se sobrepor, por exemplo, aos problemas que tivemos na gestão da pandemia?

Sim, a saúde continuará a ser um tema importante, mas o tema da economia se sobreporá, com uma grande preocupação em relação ao emprego, a renda e a carestia. Quem não tem emprego e renda se alimenta como? Como pode ter mobilidade, pagar o aluguel, ou manter a casa própria? Eu acredito que os brasileiros que hoje vivem em profundo sofrimento ou na iminência desse profundo sofrimento serão o grande tema do processo eleitoral deste ano. Na sequência, educação, porque representa para os mais pobres a esperança de um futuro diferente, com oportunidades. Vem também a saúde, seja na questão da vacina, mas também no acesso à saúde básica. Tem também o saneamento, com o acesso a água e esgoto.

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