Foto: STF/Divulgação
Ministra foi questionada sobre falta de representatividade e indicação de mulher negra ao STF 14 de novembro de 2023 | 15:48
Única mulher na atual composição do STF (Supremo Tribunal Eleitoral), a ministra Cármen Lúcia criticou nesta terça-feira (14) a falta de igualdade no sistema de Justiça. Ela afirmou que mesmo como juíza também sofre preconceito.
“O Poder Judiciário continua muito preconceituoso em relação às mulheres, machista. Quando se faz concurso público para a magistratura, nós temos acesso porque passamos nas provas, mas nas promoções nós não temos as mesmas condições, em parte porque nós temos realmente uma grande distinção em termos de trabalhos”, disse, durante seminário promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Na ocasião, a ministra havia sido questionada sobre a representatividade nos espaços de poder e sobre o pleito de movimentos para que o presidente Lula (PT) indique uma ministra negra ao STF.
A magistrada não se manifestou em relação ao chefe do Executivo, mas falou em prol da igualdade de condições entre homens e mulheres, classificando o assédio como inconstitucional e destacando a sobrecarga de trabalho feminino.
“É preciso que a gente lute por isso [igualdade entre homens e mulheres], porque não há nenhuma boa vontade de quem detém o poder de repartir este poder”, afirmou.
Assim como o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, a ministra rebateu críticas de que há ativismo nas decisões do tribunal. Segundo ela, não há decisões judiciais sem embasamento.
Vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Cármen Lúcia, que presidirá a corte eleitoral nas eleições municipais do próximo ano, defendeu o tribunal e o papel da imprensa para a realização do pleito. “Sem imprensa livre não há eleições democráticas”, disse.
Géssica Brandino, Folhapress
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