‘Não precisamos ficar negociando com dólar, podemos negociar nas moedas nossas’, disse o petista nesta terça-feira, 29
Marco Longari / AFP
Os líderes da China, Xi Jinping; do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; da África do Sul, Cyril Ramaphosa; e da Índia, Narendra Modi, na cúpula do Brics em Joanesburgo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brics se tornou maior que o G7 após Argentina, Egito, Irã, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes entrarem no bloco. A declaração foi dada nesta terça-feira, 29, durante o programa semanal “Conversa com o Presidente”. Lula disse que “o mundo não será mais o mesmo” e comparou o produto interno bruto (PIB) dos dois blocos. “Hoje o Brics representa 32% (na verdade, o Brics representa 36,6%, segundo o Banco Mundial) e o G7, 29%. Ou seja, virou”, pontuou o petista. Na semana passada, o chefe do Executivo federal esteve na África do Sul para uma reunião da cúpula do bloco. O presidente brasileiro defende a criação de uma moeda única do grupo para importações e exportações e citou a União Europeia como exemplo. As nações integrantes do Brics vão estudar sobre o assunto e voltar a tratar na próxima reunião.
“Não precisamos ficar negociando com dólar, podemos negociar nas moedas nossas. Os europeus criaram o euro, nós precisamos criar alguma coisa. Não é contra o dólar, é a favor do Brasil, do comércio brasileiro e do real”, complementou. Com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) na presidência do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento), o banco dos Brics, o bloco já começou a emprestar dinheiro em Real brasileiro e em Rand sul-africano para tentar reduzir a dependência do dólar.