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Lula diz que governo vai restringir crédito agrícola a quem violar leis ambientais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira, 5, que o governo federal vai restringir o acesso ao crédito agrícola e pecuário para quem violar as leis ambientais. Em discurso ao lado da ministra Marina Silva (Rede-AP), o mandatário afirmou que as iniciativas de financiamento vão apoiar o aumento da produtividade e a recuperação dos milhões de hectares de terras degradadas, para que a agropecuária brasileira possa ampliar a produção, mas garantiu que a legislação será “dura” para aqueles que violarem o meio ambiente. “Os recursos públicos existem para fomentar o desenvolvimento do país, o aquecimento da economia. Mas nunca – repito: nunca – para financiar o crime ambiental. Quem insistir na prática de ilegalidades não terá acesso ao crédito, e estará sujeito aos rigores da lei”, afirmou, durante a cerimônia pelo Dia Mundial do Meio Ambiente.

Em seu discurso, o presidente também lembrou o assassinato do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips , ocorrido em 5 de junho de 2022, durante uma viagem pelo Vale do Javari. Ao prestar a homenagem, Lula disse que Bruno e Dom “mereciam e deveriam estar aqui”, em um momento que teriam o governo brasileiro “como aliado e não como inimigo” e afirmou que a defesa do meio ambiente é a melhor maneira de honrá-los: “É garantir que sua luta não tenha sido em vão”. Pouco antes de Lula, a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas também falou aos presentes e disse que o assassinato “expôs a fragilidade da uma Amazônia entregue ao crime organizado”, o que o presidente também prometeu combater, por meio do Plano Amazônia: Segurança e Soberania, que deve ser lançado em breve. “A mensagem que estamos passando aos criminosos e ao mundo é muito clara: tolerância zero com a devastação de nosso meio ambiente. Total proteção aos povos indígenas,  inclusive com o uso da força quando necessário, e a demarcação do maior número possível de seus territórios”, afirmou Lula.

Por sua vez, Marina Silva exaltou a sustentabilidade como um compromisso ético, mas também sobre “o maior triunfo” para inserir o Brasil nas discussões mundiais. Ela também defendeu as decisões do governo Lula 3 pró-meio ambiente, falou em aumento de 200% das ações do Ibama e criticou as mudanças na pasta, definidas pelo Congresso Nacional com a alteração da Medida Provisória 1154/2023, falando em retrocesso. “Acatamos porque em uma democracia acatamos as decisões legítimas do Congresso Nacional, mas não posso concordar. Não posso concordar porque vão na contramão daquilo que significa ter uma legislação ambiental robusta”, pontuou. O evento também contou com a presença de outros membros do governo, como o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e outros ministros, como Fernando Haddad (Fazenda) e Sônia Guajajara (Povos Originários), além da primeira-dama Rosângela Lula da Silva e do cacique Raoni Metuktire, líder da etnia caiapó.

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