Foto: Divulgação/Arquivo
Ex-chefe da Casa Civil afirma que presidente não busca polarização 22 de abril de 2024 | 13:40
Ex-ministro da Casa Civil na primeira gestão Lula (PT), José Dirceu afirmou nesta segunda-feira (22) que o atual presidente montou um governo de centro-direita, não de centro-esquerda.
“Quando eu falo isso, todo mundo fica indignado dentro do PT. Porque, realmente, parte do PL e do PP de certa forma estão na base do governo. Essa é a exigência do momento histórico e político que vivemos”, afirmou Dirceu em um debate na capital paulista promovido pelo grupo Esfera.
O petista reagiu a um questionamento do advogado Luiz Gustavo Bichara, que mediou a conversa e questionou sobre a atuação de Lula como seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), de modo a fomentar a radicalização e falar apenas para a respectiva base política.
Para Dirceu, Lula não buscou a polarização e o Brasil é que está radicalizado por causa de atos como o do de domingo (21) no Rio, quando Bolsonaro exaltou o empresário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter).
“O presidente Lula faz um governo que não busca a polarização. Outra coisa é a disputa política e o debate, que precisam existir. E ele, como presidente, não pode se calar”, afirmou o ex-ministro.
Dirceu foi o último a falar em uma mesa composta também por Aldo Rebelo, secretário municipal de Relações Internacionais de São Paulo da gestão Ricardo Nunes (MDB); Juliano Medeiros, ex-presidente nacional do PSOL; e o deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE).
Aldo Rebelo também evitou rótulos ao falar de Nunes, seu aliado, e disse que, para ele, apesar do apoio de Bolsonaro, a gestão Nunes não é um governo de direita. “É um governo de forças heterogêneas, de partidos que inclusive integram a base do governo do presidente Lula.”
Após uma aproximação do bolsonarismo nos últimos meses, Aldo afirmou que existe um desejo de impor um “terceiro turno de eleição presidencial” nas eleições municipais de São Paulo. “Não, senhoras e senhores, a eleição é municipal. A eleição é entre candidatos que querem administrar a cidade de São Paulo, e não o Brasil.”
Arthur Guimarães, Folhapress
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