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Mais fortes: em tratamento no Martagão, crianças ganham novas aliadas contra o câncer

Com seus 'cabelos de Emília', Marjhorie abraçou o presente com a mesma força que enfrenta a leucemia

No Sítio do Picapau Amarelo Emília é uma boneca de pano costurada por Tia Nastácia e dada de presente a Narizinho, para que a menina  não se sentisse sozinha. E, assim como na obra de Monteiro Lobato, a boneca ganhou vida no hospital filantrópico Martagão Gesteira, no Tororó.

Em tratamento de leucemia, a pequena Marjhorie Adriane, de 4 aninhos, usa uma peruca semelhante à da personagem, mas, em vez de amarelos e vermelhos, seus cabelos são azuis. Na véspera do Dia das Crianças, a menina foi uma das 40 que ganharam a companhia de bonecas de pano doadas pelo Instituto ACM (IACM) ao Ambulatório de Oncologia da unidade.

A iniciativa visa despertar o imaginário lúdico e sentimentos positivos nos pacientes que enfrentam o câncer, e foi realizada por meio do projeto À Flor da Pele, que conta com voluntárias que confeccionam as bonecas, destinadas a crianças em hospitais e idosos em asilos. Para a mãe de  Marjhorie, a professora Adriana Santos, 38, que acompanha a filha nas idas ao hospital há um ano e oito meses, mais do que um presente, o novo xodó da ‘Emília da vida real’ representa a esperança em dias melhores.

“No começo, foi um momento bem difícil; parece que [se] abre um buraco […] Hoje, é muito gratificante receber um presente desse, que eu sei que foi feito com muito carinho pra cada uma delas”, conta Adriana Santos, mãe de Marjhorie, 4 anos.

A nova amiguinha de Isabelle, 7, ganhou um nome logo de cara: Luísa. “Ela é careca que nem eu”, disse a garota, que coleciona bonecas. Há um ano, Isabelle foi diagnosticada com neuroblastoma, outro tipo de câncer infantil comum, e, recentemente, migrou para o Martagão em busca do transplante de medula óssea. A massoterapeuta Jossicleide Alves, 33, acredita que, graças a esses momentos, lidar com o processo se torne algo menos difícil. “Cada vez que [ela] recebe um presente, uma visita, é sempre um momento de descontração”, diz.

A nova amiguinha de Isabelle já tem nome: Luísa (Foto: Arisson Marinho/CORREIO)

Essa foi a segunda entrega feita pelo IACM no hospital este ano e passa a ser um ato fixo. “A gente sente, cada vez mais, que precisa estar próximo dessas pessoas, porque, realmente, ter um filho ou um neto com um problema oncológico é muito doloroso, e a gente sente isso também nos olhos e na fala de cada criança”, afirma a diretora-executiva do instituto, Claudia Vaz. Além disso, ela destaca o benefício levado, pelo À Flor da Pele, às atuais 22 integrantes do projeto.

“[O projeto] Ele possibilita, através das comunidades, ajudar na socialização, gerar renda, trabalhar a criatividade e aprender um pouco dessa coisa boa que é o doar”, celebra a diretora-executiva do IACM, Claudia Vaz.

Centro de referência pediátrica na Bahia, o Martagão Gesteira atende mais de 80 mil crianças por ano. Segundo a diretora Érica Oliveira, a alegria causada por ações como essa contribuem para o bem-estar e, consequentemente, para a evolução do tratamento dos pacientes. “A princípio, eles entendem o hospital como um ambiente assustador, e a gente torna esse ambiente acolhedor trazendo elementos do dia a dia da criança, o que favorece a recuperação”, explica.

Como participar do projeto

Em parceria com a Associação São Francisco Xavier, o Instituto ACM oferece as oficinas do projeto À Flor da Pele em sua própria sede, no bairro da Federação, e no Jardim Nova Esperança, toda quinta-feira, das 9h às 12h. A comunidade que tiver interesse em aderir ao projeto pode contatar o IACM pelo telefone (71) 3203-1939 ou pelo site institutoacm.com.br.

Como ajudar o Martagão

Para seguir com os serviços prestados à população baiana, o Martagão Gesteira conta com ajuda por meio de doações e parcerias. É possível contribuir ligando para o telefone (71) 3032-3773; pelo site martagaogesteira.com.br/doe-agora; e via Pix, por meio da chave [email protected]. Entre os pacientes do hospital, cerca de 50% são oriundos de famílias que têm renda igual ou inferior a um salário-mínimo.

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