São Paulo – Com um prejuízo acumulado de R$ 915 milhões entre janeiro e setembro deste ano, o Metrô informou aos investidores, na última sexta-feira (10/11), que estuda um aumento de tarifa para buscar o equilíbrio financeiro de suas operações. A tarifa de R$ 4,40 é a mesma desde 2020.
No relatório de resultados trimestrais, a empresa afirma que atua junto à Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos para “formular estudos de viabilidade econômica e aplicação de ajustes tarifários, quando aplicáveis, aos preços das tarifas”. Contudo, o Metrô diz também, no documento, que não é possível afirmar que o governo manterá a tarifa.
O valor do possível reajuste de tarifa não consta no relatório. O Metrópoles questionou a empresa e o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobre a possibilidade do aumento do valor da passagem, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
Cálculos políticos O aumento da tarifa, caso seja concedido, valeria para o ano que vem, ano sensível do ponto de vista político por causa das eleições municipais.
Tarcísio é aliado do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), e deve apoiar a reeleição do emedebista em 2024. Nunes, porém, vem tentando viabilizar a ideia de implementar a tarifa zero na rede de ônibus da cidade, que tem integração tarifária com a rede do metrô e dos trens da CPTM.
Além disso, o prefeito já disse ter intenção de não reajustar os ônibus no ano que vem. Sem aumento dos ônibus, o Estado teria de aumentar sozinho o valor da passagem de trem e metrô — hoje todas as tarifas são de R$ 4,40.
Prejuízo por perda de passageiros O prejuízo do Metrô é decorrente da pandemia de Covid-19, quando o número de usuários da rede caiu drasticamente. Mesmo após a crise, o número de passageiros não retornou ao mesmo patamar.
No relatório trimestral publicado na sexta-feira, a empresa informou ter recebido R$ 126 milhões de subsídio do governo do Estado para manter suas operações. É a segunda vez no ano que o governo precisa socorrer a empresa. No segundo trimestre, a ajuda havia sido de R$ 70 milhões.
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Movimentação de passageiros na estação Itaquera em meio à greve desta terça em SP Leonardo Amaro/Metrópoles
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Metrô Itaquera tem acesso fechado em meio à greve conjunta Leonardo Amaro/Metrópoles
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Acesso fechado ao metrô na estação Itaquera, zona leste Leonardo Amaro/Metrópoles
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Protesto no acesso ao metrô Itaquera, fechado em dia de greve conjunta Leonardo Amaro/Metrópoles
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Movimentação na estação Itaquera em meio à greve desta terça em SP Leonardo Amaro/Metrópoles
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Acesso fechado na estação de metrô Jabaquara, na zona sul, em meio à greve conjunta desta terça Jéssica Bernardo/Metrópoles
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Protesto durante greve de Metrô e CPTM em frente à entrada da estação Jabaquara do Metrô Jéssica Bernardo/Metrópoles
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Protesto durante greve de Metrô e CPTM em frente à entrada da estação Jabaquara do Metrô Jéssica Bernardo/Metrópoles
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Cartaz na estação Itaquera informa sobre siutação das linhas da CPTM em meio à greve Leonardo Amaro/Metrópoles
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Linha Amarela do Metrô funcionou normalmente em meio à greve em SP Renan Porto/Metrópoles
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Linha 4-Amarela do Metrô funcionou normalmente em meio à greve em SP Renan Porto/Metrópoles
No projeto de lei do orçamento do Estado para o ano que vem, Tarcísio reservou R$ 1,7 bilhão para subsidiar as operações do transporte sobre trilhos.
O relatório destaca ainda dados positivos, como o aumento de 6% no número total de passageiros, de 115 milhões de viagens no terceiro trimestre do ano passado para 122 milhões no terceiro trimestre deste ano.
Além disso, a receita total da empresa aumentou 7,7% nos nove primeiros meses do ano na comparação com o mesmo período de 2022, chegando a R$ 1,7 bilhão.