São Paulo — O Ministério Público de São Paulo (MPSP) pediu o fornecimento imediato das imagens captadas pela câmera corporal do sargento da Polícia Militar (PM) Thiago Guerra, preso por matar a adolescente de 16 anos Victoria Manoelly Dos Santos durante uma abordagem policial em Guaianases, na zona leste de São Paulo, na madrugada da sexta-feira (10/1). A jovem foi atingida por um tiro de arma de fogo após o sargento dar uma coronhada no irmão dela, Kauê Alexandre, de 22 anos.
O que sabemos do caso até agora
- A Polícia Civil concluiu o inquérito que apurava a morte de adolescente Victoria Manoelly Dos Santos. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o documento da investigação instaurada 50° Distrito Policial, no Itaim Paulista, foi relatado à Justiça. O processo tramita em sigilo.
- O policial militar foi preso em flagrante e encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes, onde cumpre prisão preventiva.
- A polícia já havia avaliado que “há claros e fortes indícios” de que o tiro que matou Victoria partiu da arma do sargento.
- O delegado Victor Sáfadi Maricato argumentou, no boletim de ocorrência, que, ao analisar as imagens da câmera corporal do PM e ouvir as testemunhas, o O promotor de Justiça Eduardo Olavo Neves Canto Neto, do 3º Tribunal do Júri, pediu também “a vinda do laudo de exame necroscópico junto ao IML [Instituto Médico Legal]”, além de ter se manifestado pela manutenção da prisão cautelar..
- Maricato ressaltou ainda que dar coronhadas não corresponde “às doutrinas das polícias brasileiras” e que quem faz isso assume riscos do resultado. Por isso, ele indiciou o PM pelo crime de homicídio.
- A SSP afirmou, em nota anterior, que a arma do crime foi recolhida. A pasta também lamentou a morte da jovem.
- A Polícia Militar também apura todas as circunstâncias relacionadas ao caso por meio de Inquérito Policial Militar (IPM). “A PM não compactua com excessos ou desvios de conduta e pune exemplarmente aqueles que desobedecem aos protocolos estabelecidos pela Corporação”, diz a SSP.
- O promotor de Justiça Eduardo Olavo Neves Canto Neto, do 3º Tribunal do Júri, pediu também “a vinda do laudo de exame necroscópico junto ao IML [Instituto Médico Legal]”, além de ter se manifestado pela manutenção da prisão cautelar.
Policial fez confusão, diz irmão de vítima
O irmão de Victoria Manuelly afirmou ao Metrópoles que o agente da PM o confundiu com um suspeito e o agrediu com uma coronhada na cabeça, momento em que ocorreu o disparo.
“Eu estava na porta do bar, bebendo, curtindo. Passou um moleque correndo e o policial correndo atrás dele. Ele [o PM] achou que eu estava junto com o menino que passou correndo. Ele virou, me deu uma coronhada e disparou na minha irmã”, disse Kauê Alexandre.
Segundo o jovem, os agentes da PM não socorreram a adolescente após o disparo, que atingiu o tórax dela. “Deixaram minha irmã lá no chão, nem olhou”, afirmou. Kaue disse que a própria família teve de acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas que a irmã morreu antes de ser socorrida.
Kauê chegou a ser detido e levado para a delegacia. “Falou só que eu resisti à prisão e já era”. Após algumas horas, o jovem foi liberado.