O Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia instaurou, nesta quarta-feira (1º), um inquérito civil para apurar as responsabilidades trabalhistas sobre o acidente na fábrica de cimento Massa Fort, no bairro do Retiro. No acidente, Edvan Rangel Ribeiro, 33 anos, morreu após ser soterrado.
O MPT informou que vai solicitar informações dos órgãos que atuam no caso, como Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e a Superintendência Regional do Trabalho da Bahia (SRT-BA). A superintendência é o órgão de fiscalização que, em casos de acidentes de trabalho fatais, realiza perícia para verificar o cumprimento das normas regulamentadores de saúde e segurança do trabalho específicas para este tipo de atividade econômica.
Na manhã desta quarta-feira, policiais do Departamento de Polícia Técnica estiveram na sede da empresa, na Rua Pastoril, para realização de perícia.
(Foto: Arisson Marinho/CORREIO) |
Além da morte de Edvan, o acidente deixou outros dois trabalhadores feridos.
Entenda o caso
O acidente aconteceu por volta das 17h30, na nova sede da empresa Massa Fort, na Rua Pastoril, após um dos reservatórios de cimento desabar por cima de um caminhão betoneira. O veículo teve um princípio de incêndio. Edvan ficou soterrado e seu corpo só foi retirado após a chegada do Corpo de Bombeiros.
Edvan Ribeiro trabalhava há três anos na Massa Fort como motorista, com carteira assinada. Segundo o pai da vítima, Evaristo Moreira Ribeiro, seu filho nunca foi de reclamar do emprego, apesar de sempre chegar tarde em casa.
“O serviço sempre foi puxado, tinha dias dele chegar em casa 22h, 23h, as vezes viajava. Meu sobrinho chegou a trabalhar junto com ele”, comentou.
O local onde aconteceu o acidente foi inaugurado na última segunda-feira (27). “Sobre a mudança (do local da empresa), ele não conversou nada comigo. Se mudaram hoje para aqui e aconteceu essa fatalidade”.
Um funcionário do local, que não quis se identificar, contou que a mudança de local da empresa foi feita às pressas.
“A estrutura estava horrível, tudo solto. Eu ouvi a usina estalar mais cedo. Foi uma obra de última hora, a gente funcionava em outro lugar.”
O CORREIO tentou contato com a empresa, mas não teve sucesso.