Os ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE) publicaram, nesta segunda-feira (25/3), o primeiro Relatório de Transparência Salarial com recorte de gênero. O documento revela que as mulheres ganham 8% a menos do que homens no Distrito Federal. A capital é a terceira Unidade da Federação com menor desigualdade salarial entre homens e mulheres.
O estudo extraiu os dados de empresas com 100 ou mais funcionários – perfil exigido por lei para apresentar os dados para o Governo Federal. No total, 1.010 empresas do DF participaram do questionário. Juntas, elas somam 462 mil empregados.
A exigência do envio de dados atende à Lei nº 14.611, que dispõe sobre a Igualdade Salarial e Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens, sancionada pelo presidente Lula em julho de 2023.
A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Na capital, em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 20,5%.
No recorte por raça, o relatório aponta que as mulheres negras, apesar de estarem em maior número no mercado de trabalho do DF, recebem menos do que as mulheres brancas. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 4,6 mil a da não negra é de R$ 7,5 mil.
No caso dos homens, os negros recebem em média R$ 5 mil e os não negros, R$ 8,2 mil.
O relatório também contém informações que indicam se as empresas têm políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.
No caso da capital federal, o relatório mostra que 58,8% das empresas possuem planos de cargos e salários; 42,5% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência; 34,8% têm políticas de apoio à contratação de mulheres; e 27,5% adotam incentivos para contratação de mulheres negras.
Apenas 20,9% possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 26,1% incentivam o ingresso de mulheres com deficiência, e apenas 8,4% têm programas específicos de incentivo à contratação de mulheres vítimas de violência.
Apenas 24,1% das empresas ainda adotam políticas como licença maternidade/paternidade estendida e 29,5% para auxílio-creche.