A esperança equilibrista
Atravessou a pista
Foi vista na sarjeta
Sem saber pra onde ir
No asfalto algum artista
Meio fraco da vista
Feliz guarda a gorjeta
Vendeu o último caqui
Vindo pelo alambrado
Um cabo e um soldado
Engarrafamento e zona
E o jipe na contramão
Foi um atropelamento
Artista no cimento
O fechamento da lona
Foi a última sessão
Quando o circo foi fechado
Trapezista inconformado
Ficou só no picadeiro
Malabares pelo chão
Gambiarras, macacão
Não dariam mais dinheiro
E o levantador de peso
Viu canhão a ser aceso
O homem bala foi pro espaço
E a bela bailarina
Não achando estricnina
Se enforcou no próprio laço
Vamos dar bye bye Brasil
Daqui do meio-fio
Vamos ver quem conseguiu
A carona pra fugir
Outro circo foi montado
Coturno abençoado
Bem armado e batizado
São os homem, tão aí
Mas se resolver ficar
Pois tudo vai passar
Guarde a lona bem guardada
Pois o circo do futuro
Algum dia há de chegar
A lona no lugar
Gambiarra iluminada
Vencerá o tempo escuro