Matilda é uma garotinha extraordinária, com uma imaginação impressionante, que ousa mudar sua história e consegue resultados impressionantes. Programa maravilhoso pra curtir em família, o novo filme da Netflix, Matilda: O Musical, não é apenas um remake do clássico da década de 1990, que passou mil vezes na Sessão da Tarde. É muito melhor.
Com direção de Matthew Warchus, vencedor do Prêmio Tony, a história inspirada no livro do escritor britânico Roald Dahal ganhou mais camadas narrativas, um colorido super kitsch e canções que aprofundam o roteiro e os sentimentos dos personagens. A trama continua na medida para agradar dos pequenos aos mais velhos, com graça e fantasia, como as travessuras da menina contra seus pais, com quem tem uma relação de profunda carência.
Veja o trailer de Matilda:
Aluna de uma escola conduzida com extremo rigor pela diretora Agatha Trunchbull (Emma Thompson, maravilhosa), Matilda (Alisha Weir, surpresa boa) descobre poderes especiais. Além disso, aperfeiçoa a habilidade de desenvolver narrativas mesclando suas próprias vivências com tudo que já leu. Uma das coisas mais legais de Matilda é tomar nota dos livros que a garota devorou. Entre outras coisas: Oliver Twist, de Charles Dickens; Jane Eyre, de Charlotte Brontë; Orgulho e Preconceito, de Jane Austen; O Homem Invisível, de H. G. Wells; O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway; e O Som e a Fúria, de William Faulkner.
No longa, que tem texto de Dennis Kelly, direção de Matthew Archus e canções de Tim Minchin (trio responsável pela versão teatral que ganhou o Prêmio Tony), a protagonista é filha única. O convívio com os pais, no entanto, continua difícil. Apesar dessa parte ser enxuta, é o suficiente para entender com o que a menina precisa lidar: zero apoio familiar.
Seu único ombro amigo é o da Srta. Phelps (Sindhu Vee), que dirige uma espécie de biblioteca móvel. A relação das duas é tão fofa quanto a que a garota desenvolve com a pró Miss Honey (Lashana Lynch, de A Mulher Rei). Na escola da amorosa Miss Honey e da absurda diretora Trunchbull há bullying, claro. Interessante ver como há diferentes reações para o mesmo problema e como todas são válidas.