Prestes a completar 80 anos, Paulinho da Viola está rodando os palcos do Brasil com uma celebração não-oficial, ao lado dos filhos João e Beatriz Rabello, da bem-sucedida carreira. A próxima cidade a ser agraciada com a elegância do Príncipe do Samba é Brasília, que recebe a apresentação neste sábado (6/8), a partir das 21h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Em conversa com o Metrópoles, Paulinho relembrou o início da trajetória artística, esculpida a partir da referência do pai músico, e forjada com muita força de vontade para concretizar o chamado à arte. “Eu ainda não parei para fazer uma análise sobre a minha carreira. Não fico pensando ‘ah…já está no final’. Como a vida de todo mundo, você tem muitas vitórias e algumas decepções, mas, com relação ao meu trabalho, estou muito feliz com tudo aquilo que eu pude realizar”, afirma.
Nascido no mesmo ano em que Gilberto Gil e Caetano Veloso, Paulinho credita o talento à influência generosa de gênios da música popular brasileira como Jacob do Bandolim, Cartola, Nelson Cavaquinho e Zé Keti, entre outros, a quem fora apresentado ainda na adolescência. “Foram experiências muito ricas, que foram muito importantes para mim e me marcaram profundamente”, recorda.
O artista começou a tocar profissionalmente no grupo que acompanhava Clementina de Jesus, a contra-gosto do pai, César Faria, que não queria para ele o futuro de incertezas e dificuldades da vida na estrada. Mas, ressignificando o ditado popular, botou o santo de casa para fazer “milagre e música”, e deixou seus herdeiros com a missão de preservar e dar continuidade ao legado da família. “Com relação aos meus filhos, eu fiz diferente, quando vi que eles estavam interessados por isso, eu incentivei, tentei orientá-los”, reflete.
Paulinho da Viola com o pai César Faria, e o filho, João RabelloÉ a primeira vez que Paulinho e os filhos, que também são músicos, fazem uma turnê nesse formato. Além de suas trajetórias individuais nos palcos, os irmãos sempre mantiveram proximidade com o universo musical do pai. João já integrou a banda de Paulinho da Viola, enquanto Beatriz dividiu o palco com o pai em diversas ocasiões.
No repertório, o trio vai entoar clássicos como Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida, canção que estreou no primeiro compacto lançado pelo carioca, em 1969, e que revolucionou o destino do sambista. “Depois dela começaram os convites, as viagens e não parei mais de compor”, conta Paulinho.
A apresentação em Brasília contará, ainda, com sucessos como Dança da Solidão, Coração Leviano, Pecado Capital e composições mais recentes como Sempre Se Pode Sonhar, título do álbum mais recente de Paulinho da Viola e vencedor do Grammy Latino de 2021. “Todo show é uma surpresa, a gente não sabe qual vai ser a reação do público. A gente está sempre aprendendo”, conclui.
Paulinho da Viola & Família
Neste sábado (6/8), às 21h30, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães (Eixo Monumental). Ingressos variam de R$ 90 (poltrona superior) a R$ 1.800 (sofá lounge para quatro pessoas). À venda on-line. Não recomendado para menores de 14 anos.
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