Investigações do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em conjunto com a PolÃcia Civil de São Paulo descobriram que o Primeiro Comando da Capital (PCC) planejava ataques a agentes públicos, a quem chamavam de âtiranosâ, como parte de uma resposta violenta a supostas opressões no sistema prisional. A revelação veio após a apreensão de manuscritos em uma cela da Penitenciária de Presidente Venceslau.
Durante uma vistoria em um pavilhão da penitenciária, agentes flagraram um detento com manuscritos contendo comandos da cúpula da facção. Ao ser abordado, o homem tentou engolir parte dos documentos, mas os agentes conseguiram recuperar boa parte do material.
Os manuscritos, analisados posteriormente, revelaram um plano coordenado para âdar baixaâ em três agentes públicos especÃficos, como represália contra o que o PCC chamava de âregime tirano e ditadorâ. A expressão âdar baixaâ era usada como eufemismo para assassinatos planejados.
As investigações apontaram, ainda, que a ONG Pacto Social e Carcerário estava envolvida no plano, sendo usada como fachada para organizar manifestações públicas e legitimar acusações contra o sistema prisional. A ONG também teria auxiliado na disseminação de informações falsas e na organização de protestos, incluindo ações para atrair a atenção da mÃdia e de organizações de direitos humanos.
Operação Scream Fake
A descoberta dos manuscritos desencadeou a operação Scream Fake, realizada nessa terça-feira (14/1) pelo Gaeco e pela PolÃcia Civil. Foram presas 12 pessoas, incluindo lÃderes da ONG e advogados ligados ao PCC. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em várias cidades paulistas e no Paraná.