O pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Omar Machado Entiauspe Neto, de 24 anos, estava acompanhado de dois colegas quando registrou a interação de dois botos com uma anaconda em um rio da Bolívia. As imagens são de um estudo publicado pela revista científica “Ecology”, dos Estados Unidos.
O biólogo é mestrando em Biologia Animal na UFRGS e trabalhou com os cientistas Steffen Reichle e Alejandro dos Rios, de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.
As imagens foram feitas no rio Tijamuchin, na região de Beni, próximo a Rondônia, em agosto de 2021. As interações entre os botos e as cobras sucuris são consideradas difíceis de se observar.
Na análise, os pesquisadores afirmam que, possivelmente, a cobra já estava morta quando foi fotografada e que não serviria de alimento para os golfinhos.
“A gente sabe que os botos se alimentam de peixes e crustáceos, que são animais bem pequenos. Apesar de eles serem animais grandes, de até dois metros, o diâmetro da boca deles não permite que comam animais muito grandes”, explica Omar ao g1.
Os botos, acreditam os cientistas, estavam brincando com o animal, como um item lúdico, possivelmente de ensino. O estudo aponta que futuras observações, análises da dieta dos golfinhos e armadilhas fotográficas podem ajudar a compreender o comportamento registrado no rio.
O jovem fez pesquisas na Bolívia, analisando serpentes conservadas em coleções no país vizinho. Atualmente em Pelotas, no Sul do estado, ele prossegue o estudo de seu mestrado.