A nova rodada de pesquisas sobre a sucessão na Bahia confirma a consolidação de três tendências que inviabilizam a estratégia adotada pelo PT para tirar do atoleiro o pré-candidato do partido a governador, Jerônimo Rodrigues. Basicamente, impulsionar a ideia de que a disputa estadual e a nacional são uma coisa só.
Com Jerônimo oscilando entre 6% e 18% nos dois mais recentes levantamentos – realizados respectivamente pelos institutos Quaest e Real Time -, o PT decidiu apostar tudo na tentativa de esconder a larga vantagem do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil). A tática é confundir o cenário, através da divulgação de dados que atrelam o petista ao ex-presidente Lula, em jogo combinado com veículos da imprensa patrocinados pelo Palácio de Ondina.
No entanto, as sondagens publicadas nos últimos dias 17 e 18 corroboram o mesmo movimento detectado pelas pesquisas que vem sendo feitas há quase um ano. Primeiro, a permanência de Neto sempre acima dos 50%, com mais que o dobro da soma dos demais concorrentes. O que liquidaria a fatura ainda no primeiro turno.
A segunda tendência que dificulta os planos do PT está na cristalização do voto Neto-Lula. Embora a grande maioria dos eleitores baianos saiba que ambos militam em campos opostos, o índice de Neto permanece alto, até mesmo quando Jerônimo é apresentado como o candidato apoiado pelo ex-presidente, com 47%. Ainda assim, segundo a pesquisa da Quaest, Neto se mantém na faixa dos 50%, considerado a margem de erro de 2,9 pontos percentuais.
Por fim, está a baixa rejeição do eleitorado ao pré-candidato da União Brasil. De acordo com a pesquisa Real Time, publicada na última segunda-feira pela TV Record, Neto possui a menor taxa entre todos os concorrentes, com 17% de impopularidade, 12 pontos abaixo de Jerônimo. Já a sondagem do instituto Quaest aponta 19% para Neto e 14% para o petista, mas os dois empatam tecnicamente no limite da margem de erro.