Os ex-pilotos brasileiros Emerson Fittipaldi e Rubens Barrichello criticaram a escolha do GP de São Paulo da Fórmula 1 ao convidar o heptacampeão mundial, Lewis Hamilton, para comandar a homenagem aos 30 anos da morte de Ayrton Senna. Lewis Hamilton, que em 2023 recebeu o título de cidadão honorário brasileiro, foi o piloto escolhido para pilotar o icônico carro do tricampeão brasileiro.
A homenagem ocorre neste sábado, após as atividades do 2º dia de GP. Hamilton vai conduzir o modelo MP4/5B da McLaren, usado pelo brasileiro no bicampeonato de 1990 da F1. O evento está previsto para 17h (de Brasília).
Em resposta, o primeiro brasileiro da categoria, o campeão mundial Emerson Fittipaldi afirmou que é “antiético” um inglês ter sido escolhido para pilotar o carro de Senna em solo nacional.
Ao UOL, ele afirma: “Eu acho muito legal o Hamilton, mas devia ser um piloto brasileiro, com certeza. Eu achei muito, muito antiético o inglês no Brasil guiar o carro do Ayrton [Senna]. Desculpa, a minha opinião tem que ser verdadeira. Podia ser o Felipe [Massa], podia ser o Rubinho [Barrichello]… Podia ser eu. Mas tinha que ser um brasileiro”.
Não há informações concretas sobre os responsáveis pela homenagem ou de quem teria vindo o convite ao britânico. Tanto a FIA, como a McLaren e a família Senna estão envolvidos nas homenagens.
Por meio das redes sociais, o vice-campeão da categoria, Rubinho Barrichello afirmou que queria pilotar o carro. O ex-companheiro de Michael Schumacher, republicou a mensagem de um fã com a seguinte frase: “Quem deveria guiar o carro do Senna no Brasil é Rubens Barrichello. Esse sim teve uma história com Ayrton Senna e muito melhor que a do Hamilton” e comentou “Também acho”.
Apesar das críticas, a relação de Lewis Hamilton e Ayrton Senna já vem sendo apontada pela imprensa e pelos fãs brasileiros há algum tempo. Desde o início da carreira no kart, o inglês define Senna como sua maior inspiração no esporte e já fez diversas homenagens ao Brasil nas pistas, a exemplo da vitória em Interlagos em 2021, que ele considera a mais especial da carreira, em que acrescentou faixas em verde, amarelo, azul e branco nas laterais do capacete.
Em coletiva de imprensa, na última quinta-feira (31), Hamilton ressaltou a emoção de participar do tribuno ao ídolo:
“Todas as vezes que a gente vem pra cá é uma oportunidade de fazer isso [homenagear Senna], acho que alguns outros pilotos também fazem isso, mas eu nunca imaginei em todos esses anos que conseguiria dirigir o carro do Senna. Eu lembro que alguém me contatou e eu pude ter a oportunidade”, contou. “Eu lembro da vez em que ele finalmente ganhou aqui e levantou a bandeira. Definitivamente, vai ser uma experiência muito emocionante. Espero que as pessoas estejam aqui para ver”, completa.
Ayrton Senna foi um tricampeão mundial de Fórmula 1, considerado um dos maiores automobilistas da história. O automobilista paulista faleceu em 1° de maio de 1994, aos 34 anos de idade, durante um acidente no Grande Prêmio da Ítala, na Emília-Romanha. Também empresário e filantropo brasileiro, Senna era conhecido como “Rei de Mônaco”, onde protagonizou vitórias históricas e “Rei da Chuva”, devido a proeminência de suas habilidades na pista em cenários climáticos adversos. O brasileiro foi considerado uma das 10 personalidades mais importantes do século XX e até hoje acumula recordes na Fórmula 1.