Em longa entrevista à rádio catalã RAC1, ex-zagueiro Gerard Piqué comentou sobre Daniel Alves, preso em Barcelona e com quem jogou, a possível volta de Messi e se negou a comentar de Shakira, sua ex-mulher e com quem vive em pé de guerra pelas redes sociais após caso de traição.
Piqué e Daniel Alves jogaram juntos no Barcelona entre 2008 e 2016, e novamente na temporada 2021/22. Ele admitiu que as notícias deixaram uma imagem ruim com relação ao brasileiro, mas que prefere aguardar o parecer final da Justiça. O lateral-direito está preso por suposta agressão sexual a uma mulher de 23 anos.
“Quando sai a notícia, dá a sensação de que você, como ex-companheiro, não o conhece direito. Você fica em estado de choque, pois pensa ‘compartilhamos tudo’. Você o vê e não pensaria nunca (que isso fosse acontecer)”.
Durante a entrevista, Piqué evitou a comentar sobre as indiretas que vem recebendo de Shakira, sua ex-mulher. O término do casamento de 12 anos do ex-jogador com a cantora teve grande repercussão na mídia, com ele sendo acusado de traí-la.
A estrela colombiana, que está de mudança para os Estados Unidos com os filhos, usou o episódio para lançar uma nova música e subir nas paradas com o hit. Ele disse “obviamente” ter escutado a canção, mas não quis dar maiores declarações.
“Não quero falar. Temos uma responsabilidade, somos pais e devemos proteger nossos filhos. Cada um toma suas decisões. Não tenho vontade de falar mais, só quero que meus filhos estejam bem”, disse.
Retorno de Messi ao Barcelona
O ex-zagueiro do Barcelona não entrou em detalhes sobre sua relação com Lionel Messi, mas deixou claro que gostaria de vê-lo novamente com a camisa do clube no Camp Nou. Para Piqué, seria “bestial” um retorno do craque argentino, atualmente no Paris Saint-Germain, à equipe catalã.
“Ele conquistou o Mundial, que era o grande sonho que tinha e o título que faltava para conquistar. Ele conquistou e agora ninguém pode duvidar que ele é o melhor da história. O que decidir, será problema dele, onde pode encontrar a felicidade e se quer continuar a competir ao mais alto nível. Se ele quiser continuar competindo, o Barcelona pode estar em seus planos”, explicou Piqué sobre a situação de Messi, cujo contrato termina em maio.
Defesa ao Barcelona
Gerard Piqué saiu em defesa do Barcelona no caso da suposta compra de árbitros no futebol espanhol. O clube teria desembolsado 1,4 milhão de euros, equivalente a R$ 7,7 milhões, ao ex-dirigente de arbitragem José María Enríquez Negreira entre os anos de 2016 e 2018.
“Estou colocando minha mão no fogo porque o Barcelona não pagou os árbitros. Se você quer comprar um árbitro, é mais fácil dar-lhe um envelope preto. Não se vai a um vice-presidente da Comissão Técnica de Árbitros. Não tem lógica. A partir daqui, estamos habituados a conspirações e campanhas…”, disse o ex-jogador barcelonista.
Enríquez Negreira, ex-juiz de futebol, foi vice-presidente do Comitê Técnico de Árbitros (CTA) da Espanha entre 1994 e 2018. De acordo com a rádio SER Catalunya, o Barcelona pagou 532,7 mil euros (R$ 2,9 milhões) à empresa DASNIL 95 SL, de Negreira, em 2016. No ano seguinte, foram 541,7 mil euros (R$ 3 milhões). E mais 318,2 mil euros (R$ 1,7 milhão) em 2018, ano do último pagamento, que coincide com o fim do mandato de Negreira no CTA
Segundo a rádio espanhola, o caso veio à tona durante investigação sobre o pagamento de tributos da DASNIL 95 SL sobre o valor recebido ao longo desses três anos. O Barcelona confirmou os pagamentos, sem citar os valores, e afirmou que a prática é “comum” entre os times de futebol profissional. Ao jornal Marca, o ex-presidente do clube catalão, Josep Maria Bartomeu, afirmou que “todos os clubes precisam de análises de partidas do ponto de vista da arbitragem.”
“Por mais que eles queiram sujá-la, é uma geração de ouro (do Barcelona)… não é mais o que ganhamos, mas como foi ganho. Eles podem rever tudo. A gente foi muito, muito superior. Eu confio no clube”, alegou Piqué.
Ao ser questionado se conhecia Negreira, o ex-zagueiro negou e disse que os atletas não sabiam sobre os pagamentos. Em seu ponto de vista, os relatórios com as análises citadas por Bartomeu têm a função de auxiliar novos treinadores na Espanha. “Às vezes eles vêm de fora e precisam de ajuda para saber o perfil de cada árbitro. A partir de agora, como jogadores, não tínhamos nenhuma informação”.