InícioEditorialPolêmica na área da saúde: soroterapia é vilã ou aliada?

Polêmica na área da saúde: soroterapia é vilã ou aliada?

Ela virou pauta de programas de grande audiência nos últimos dias por conta de condutas não profissionais e deixou uma polêmica no ar: a soroterapia é vilã ou aliada nos cuidados com a saúde? O médico integrativo Dr. Enrique Lora, que atua nessa área em seu instituto há muito tempo, explica que nos últimos 20 anos a soroterapia se tornou um método de reposição cada vez mais frequente porque a qualidade da alimentação da população mundial caiu muito. “A quantidade de ultraprocessados, de corantes, de químicos que a gente acaba ingerindo todos os dias e alimentos inflamatórios, os industrializados, prejudica a nossa capacidade de absorção intestinal. Podemos dizer que a capacidade de absorção com a alimentação que a gente tem hoje é infinitamente mais reduzida do que a dos nossos avós, exatamente por esse processo de industrialização dos alimentos. Então, uma vez que a gente tem esse problema, muitos médicos com esse entendimento acabam buscando formas em que seus pacientes vão conseguir ter um resultado muito bom. E uma dessas alternativas é a soroterapia”, explica.

O fato de ela ser alvo de críticas, segundo Lora, é fruto de preconceito e falta de entendimento sobre o assunto. “Uma vez que você entende que o intestino não é só o segundo cérebro, mas também a porta de entrada para grande parte das doenças no corpo, você também tem que pensar em formas de melhorar a absorção dos nutrientes”, pontua. E continua: “Algumas clínicas acabam trabalhando a soroterapia como protocolos prontos e milagrosos, não levando em consideração a individualidade do paciente. E esse é um problema, não só para o público que desconhece, mas também para os médicos que fazem de forma correta”.

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Para a nutricionista Karol Soares, a soroterapia é considerada sim um complemento na busca pela qualidade de vida. “Dá pra elaborar um cardápio combinado com o tratamento que só vai trazer benefícios ao paciente e seu organismo, de maneira natural e rápida, inclusive. O fato de notarem a melhora mais cedo também serve como estímulo para que esses pacientes queiram seguir as recomendações médicas e consigam um resultado ainda mais assertivo, evitando o temido efeito sanfona”, fala.

Lora defende que médico e paciente saibam interpretar o tratamento da forma racional, pois não se trata de uma fórmula mágica. “A aplicação da soroterapia tem o objetivo de regular o organismo, é indicada para o paciente que está num processo de melhora de alimentação, de hábitos, desinflamando aquele intestino, por exemplo. Certas pessoas, como, por exemplo, os bariátricos, têm ainda uma questão de digestão de nutrientes da parte do intestino, do estômago, então, naturalmente a disponibilidade dos nutrientes quando chegam no intestino pode ser menor. Isso pode tornar esse paciente eletivo para fazer uma soroterapia mais recorrente, afinal, ele não tem essa absorção, não adianta ele fazer uma alimentação completamente saudável, ele ainda pode ter dificuldade de absorção”, cita.

Dessa forma, de acordo com o médico, a soroterapia precisa ser vista como uma mais uma maneira de fazer a reposição de vitaminas e minerais, fazendo com que esse corpo funcione. “Com vitaminas como B3, B6, B9, B12, Zinco, vitamina C, vitamina E, vitamina D, magnésio, entre outros aminoácidos em equilíbrio, naturalmente o corpo melhora e passa a responder melhor aos estímulos”, indica.

Existe contra indicação?

O Dr. Enrique Lora lembra a soroterapia vai depender muito da individualidade de cada paciente e, nesse contexto, existe a contra indicação perante a individualidade do paciente para o quadro que ele apresenta, podendo ter alguns compostos que esse paciente não pode utilizar. “Uma questão que pode vir à tona são os pacientes renais crônicos, que você não pode trabalhar muito com soro, então, precisa de uma avaliação minuciosa para ver cada caso. Pessoas que têm aflição de agulha eu não considero uma contra indicação formal não, entenda que é aquilo, eu posso fazer um bilhão de combinações dentro do soro, então, para que a coisa funcione e para que seja contra indicativo, a pessoa tem que ter uma certa contra indicação ao composto e não à soroterapia em si”, detalha.

Quanto à idade, também não existe algo pré-estabelecido. “Uma criança, assim como um adulto, pode ter uma dificuldade individual de absorção de algum composto e aí, eventualmente, o soro para essa criança pode ser interessante, mas não é uma prática comum. Tende a se utilizar via oral ou intramuscular, dependendo do composto”, esclarece. Desse mesmo modo está a frequência, que de acordo com Lora, é normal ser a cada 7 dias, podendo mudar. “Não existe quantidade limite, no tratamento com soroterapia é interessante que a gente espace, no mínimo, 4 dias. Menos que isso não existe necessidade. Dependendo do contexto clínico do paciente por ser feito a cada 15 dias ou até uma vez por mês, tudo vai depender da capacidade do paciente absorver o nutriente via oral, e a gente precisa entender qual a necessidade que ele tem”.

A nutricionista que é especializada em clínica funcional e epigenética ainda ressalta que o acompanhamento multidisciplinar faz diferença na aplicação do tratamento. “Vivencio superações em consultório que mostram que estamos no caminho certo em busca de qualidade de vida com equilíbrio e responsabilidade. Corpo e mentem agradecem, e os pacientes também, é claro”, opina a profissional.

Por fim, muitos questionam quais as diferenças entre suplementação oral e endovenosa. “A principal diferença é a capacidade de absorção daquele nutriente. Enquanto na veia você tem uma margem de cerca de 95% de absorção, na via oral você depende de inúmeros fatores, desde a qualidade do seu sono na noite anterior, até o seu nível de estresse, aos alimentos inflamatórios que você consome, ao consumo de café. Então, há muitas coisas que podem interferir na absorção de nutrientes via oral”, instrui o médico.

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