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Polícia rastreia, junto ao BC, dados de PIX utilizados em golpe da Record/TV Itapoan

As chaves PIX que constavam nos comprovantes de depósitos enviados para telespectadores que buscavam apoio financeiro durante o programa Balanço Geral, da Recordo/TV Itapoan, tem ajudado a polícia a chegar aos principais envolvidos no caso de desvios de doações detectados pela emissora. 

Em sua primeira entrevista pública sobre o caso, o delegado Charles Leão, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber), detalhou a dinâmica do esquema e apelou para que pessoas que tiveram suas histórias contadas na programação procurem a Delegacia de Estelionato, na Mouraria.

“Investigação complexa, que preciso da cooperação do Poder Judiciário, do Ministério Público, da cooperação da nossa agência de inteligência, que está fazendo do DCCP, e, principalmente, preciso da ajuda de quem está nos ouvindo. Você foi entrevistado em uma situação dessa, que foi induzido a fornecer uma chave PIx diferente da sua? Nos procure na Delegacia de Estelionato”, apelou. 

Consulta ao Banco Central
Segundo o delegado, o rastreio de quem está por trás das chaves utilizadas no esquema já conta com a participação do Banco Central. Não é possível, no entanto, precisar o número total de vítimas do esquema, que teria sido iniciado em novembro de 2022. Atualmente, 11 pessoas são investigadas. 

“Algumas chaves PIX utilizadas foram desativadas, então, eu já pedi ao Banco Central informações. A que conta bancária era vinculado essa chave PIX? Tenho certeza que essa resposta será positiva e surgirá mais nomes”, antecipou o delegado. 

O esquema 
Conforme a investigação, as chaves PIX mostradas durante a veiculação das histórias não pertenciam aos telespectadores. Elas eram oferecidas por um funcionário da emissora como meio de recebimento de valores, sob a justificativa de “controle”. 

“Então era oferecido para que você aceitasse aparecer na tela uma chave PIX de uma pessoa que você não sabe quem é. Então, com sua anuência, essa pessoa precisando urgentemente… São pessoas simples, pobres, pessoas que estavam em estado de vulnerabilidade realmente. Então ela aceitava. Depois, sem ser um processo minimamente transparente, se mandava um para ela, dizia, foi esse valor, pronto”, explicou o delegado. 

Para o delegado, a dinâmica do esquema aponta para o crime de lavagem de dinheiro. “O fornecimento de uma chave fixa para ingressar valores, esconder valores é, para mim, sinal possível da existência de um crime de lavagem de dinheiro. Então, se da mesma forma que o autor do furto tem uma grande relação com o receptador, o estelionato também tem uma grande relação com a lavagem de dinheiro. Essas pessoas serão ouvidas e, verificado realmente a sua culpa, serão iniciadas e apontadas à justiça”. 

A investigação aponta ainda para a participação de dois rifeiros no esquema de desvio de valores. Segundo Leão, essas pessoas não teriam sido atraídas para o crime por serem rifeiros, mas pela relação que já mantinha com funcionários da empresa.  

Responsabilidade da empresa 
Para o delegado, a Record/TV Itapoan também é uma das vítimas do esquema, logo, não pode ser responsabilizada criminalmente pelo crime de um funcionário. 

“Ouvi várias pessoas. Do alto escalão, como as pessoas mais simples. Não havia a chave PIX da empresa, todas eram das vítimas. Não posso, de forma nenhuma, falar que não colaboraram com a investigação, inclusive, ofereceram notícia-crime e pediram abertura de inquérito. Identificamos dois casos ond havia repetição de chave PIX, a mesma pessoa. Ela se torna nosso investigado”. 

Os envolvidos no crime poderão responder por associação criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro. 

Entenda o caso 
O caso ganhou visibilidade após a equipe do jogador de futebol baiano, Anderson Souza Conceição, mais conhecido como Anderson Talisca – que atualmente joga pelo Al-Nassr – cobrar informações sobre uma doação que teria sido feita por ele. Sensibilizado com a história de uma criança, o atleta teria doado cerca de R$ 70 mil.

No final de março, o repórter Marcelo Castro e o editor-chefe do programa Balanço Geral, Jamerson Oliveira foram demitidos. O desligamento dos profissionais ocorre em meio ao escândalo e investigação policial sobre supostos desvios de ajudas financeiras feitas por telespectadores para casos do programa, comandado pelo apresentador Zé Eduardo. De acordo com o apresentador, os ex-funcionários são investigados.

A polícia Civil já confirmou que investiga dois jornalistas, outros funcionários da emissora e pessoas que cederam a chave pix para as transações. Os nomes dos indiciados não foram divulgados, pois o inquérito ocorre em sigilo. A DreofCyber investiga 15 casos possíveis de fraudes que teriam ocorrido por meio de arrecadação de doações para pessoas em estado de vulnerabilidade social. 

Em uma das fases da investigação, a PC analisou as redes sociais dos investigados, além de vídeos, prints, depoimentos e matérias jornalísticas. Três aparelhos celulares foram apreendidos e passam por perícia. 

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