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Pra matar saudades: A Cor do Som celebra 45 anos na Concha Acústica

Imagine uma banda que tem influências do jazz, do rock, da música clássica, do ijexá, do xote, do choro… A chance de daí sair uma indigesta salada de ritmos e, principalmente, sem identidade, é grande, não é mesmo? Pois nos anos 1970 surgiu uma banda que misturou isso tudo e, provavelmente, fez um som tão original e competente que não é possível compará-la a nenhum outro grupo brasileiro que apareceu depois dela.

E o público que for à Concha Acústica nesta sexta-feira (21), para assistir ao show de A Cor do Som poderá ter certeza disso. Para celebrar os 45 anos do grupo, Dadi (baixo), Armandinho (guitarra), Mú (teclado), Ary (percussão) e Gustavo (bateria) vão se reunir às 19h, quando vão apresentar clássicos como Menino Deus, Abri a Porta e Zanzibar, além de outras, mais recentes, do Álbum Rosa, vencedor do Grammy Latino 2021, na categoria álbum de rock ou de música alternativa em língua portuguesa. Carlinhos Brown faz uma participação especial.

Como a banda, desde 1987, não tem tido uma carreira regular e se reúne apenas esporadicamente, a chance de vê-los juntos é imperdível.

“Sobre nossa mistura, a gente realmente nada em todas as praias, mas sempre mostrando a nossa cara. Semente do Amor, por exemplo, é um xote-reggae, mas com pegada de rock. Zanzibar é um ijexá, que tem DNA africano, mas tem a cara da Bahia”, diz Mu, integrante de A Cor do Som desde o início.

Diversidade
Segundo Mu, cada instrumentista da banda tem suas particularidades em sua formação musical e isso é um dos fatores que contribui para essa diversidade rítmica. “Eu cresci ouvindo minha mãe no piano. Ao mesmo tempo, em casa, ouvia muito Pixinguinha e Ernesto Nazareth, essa brasilidade do choro. Mas eu também era muito ligado ao rock progressivo da Inglaterra. Então, músicas como Frutificar e Arpoador têm um pé no progressivo”, diz o tecladista e pianista.

Carlinhos Brown vai fazer uma participação no show

Essa paixão pelo choro foi que o uniu a Armandinho, um “virtuose”, segundo Mu. “Minha intercessão com ele é maravilhosa, nós temos um pé nisso. Ele é gênio, um músico fora da curva, que transita em todas as áreas. Tem Jacob do Bandolim nos dedos dele, tem baianidade, brasilidade e frevo”.

Dadi, irmão de Mu, sempre foi ligado a Jimi Hendrix e Jethro Tull. “Ele levou isso para os Novos Baianos, quando foi tocar lá. Também gosta muito de Jorge Benjor, tocou muito com ele. E tem uma pegada rock ‘n’ roll, assim como Gustavo. Já Ary tem uma coisa mais baiana e do ijexá”, explica Mu.

Mas, antes de estourar nas rádios com os sucessos citados neste texto, A Cor do Som fazia música instrumental. O primeiro álbum tinha apenas uma música cantada, que levava o nome da banda. O segundo disco, gravado em Montreux, foi todo instrumental. Foi só no terceiro álbum, de 1979, chamado Frutificar, que a voz se tornou mais frequente no repertório. E ali estão dois clássicos do grupo, até hoje muito conhecidos e executados: Abri a Porta, de Dominguinhos e Gilberto Gil, e Beleza Pura, de Caetano Veloso.

Gil e Caetano
A sugestão de incluir as músicas cantadas partiu do presidente da gravadora Warner, André Midani.

“Com carinho, ele sugeriu, porque dizia que queria que nossa música fosse para as rádios. Caetano, então, nos deu Beleza Pura antes mesmo que ele gravasse. E Abri a Porta foi presente de Gil. E ainda tinha Swing Menina, que eu tinha a parte instrumental e ganhou letra de Moraes Moreira”, lembra Mu.

No álbum seguinte, já no auge da popularidade, a banda recebeu outro presente de Gil, mais um clássico: Palco. “Ele fez pensando na gente. Quando diz ‘minha alma cheira a talco, como um bumbum de bebê’ era em referência a nós, que éramos meninos ainda”, diz o tecladista.

Depois de conquistarem as FMs do país, os “meninos” perderam espaço no para a onda roqueira dos anos 80. Segundo Mu, o mercado musical brasileiro costuma ser invadido por “ondas” que acabam segregando alguns artistas. E o BRock – como é chamado o rock daquela fase – saiu atropelando seus antecessores e tomou conta das rádios por algum tempo.

A banda ainda teve que lidar com a saída de Armandinho, em 1987. Mu reconhece que a saída do guitarrista criou um “climão” no quinteto. Mas isso passou depois que o colega foi fazer uma apresentação solo no Rio de Janeiro, em 1994, e chamou os quatro ex-companheiros para fazerem uma participação no show.

“Ficamos felizes que o convite tivesse partido dele, porque ele que havia deixado a banda. A nossa participação foi tão bem-recebida pelo público, que a casa de shows nos chamou para fazer uma temporada lá”. A brincadeira deu certo, as rusgas foram esquecidas e, volta e meia, o grupo se reúne, como acontecerá na Concha nesta sexta.

SERVIÇO

Show A Cor do Som

QUANDO: 21 de Abril (sexta-feira), às 19h

ONDE: Concha Acústica do TCA

VENDAS: Bilheteria do Teatro e site da Sympla

PREÇOS: 180,00 (inteira) / 90,00 (meia ) – Plateia

                  200,00 (inteira) / 100,00 (meia) – Camarote

Clube CORREIO: 40% de desconto sobre inteira

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