InícioEditorialProcissão para Santo Antônio reúne multidão no Centro Histórico de Salvador

Procissão para Santo Antônio reúne multidão no Centro Histórico de Salvador

Todos os anos, Rodrigo Guedes, artista plástico de 34 anos, reserva o dia 13 de junho para ornamentar um andor – imagem que é transportada durante a procissão – para Santo Antônio. Num trabalho minucioso, o artista decora um altar, de aproximadamente cinco metros dedicado ao santo, com elementos artísticos, como flores e folhas pintadas.

Este ano não foi diferente. Com o tema “Irmão protetor, sois dos brasileiros”, trecho do hino ao santo, uma multidão participou da procissão de Santo Antônio nesta terça-feira, 13, com muitas pessoas trajando camisas com a imagem do homenageado. O cortejo saiu da Paróquia de Santo Antônio Além do Carmo, caminhando entre o bairro do Santo Antônio e o Barbalho até voltar à paróquia. 

“[A procissão] é uma forma concreta de anunciarmos o santo da devoção, o dono do bairro. Ele sai da casa dele para visitar as casas dos moradores, que carinhosamente enfeitam suas fachadas e suas sacadas para ver Santo Antônio passar. Todo mundo acenando, naquele clima de alegria e de fé. É a concretização de um sonho, de bons desejos e bons presságios”, diz Guedes.

O cortejo de Santo Antônio teve início às 17h30 e contou com participantes de todas as idades. Entre eles estava Luan Antônio, de 11 anos, cujo sonho é se tornar padre. Responsável por distribuir pães, símbolo da devoção ao protetor dos pobres, pelo bairro, o jovem Antônio se identifica com o xará sagrado. “Ele é que nem eu, bondoso para os pobres”, diz o menino. 

Com algumas décadas a mais de experiência nas festas de Santo Antônio, Leonor dos Santos, de 62 anos, é devota desde que se entende por gente, herdando a fé da mãe. Vizinha da paróquia, ela leva sua imagem de Santo Antônio para a porta de casa  todo 13 de junho, dia em que aproveita o movimento para vender doces e espetinhos e ganhar um dinheiro a mais. “Eu sou devota de Santo Antônio e sei que [por ele] eu vou alcançar uma grande graça, que é a minha aposentadoria”, diz.

Salvador e Santo Antônio são velhos amigos: além do bairro Santo Antônio Além do Carmo, onde ocorreram as celebrações, o santo batiza  um dos principais cartões postais da cidade, o Farol de Santo Antônio, também conhecido como Farol da Barra e tem uma das igrejas mais antigas do Brasil dedicada a ele, a Capela Santo Antônio da Mouraria, construída no século XVII.

Devotos fizeram orações e acompanharam procissão para Santo Antônio nesta terça-feira (13). Foto: Paula Fróes/CORREIO

Para o padre Ronaldo Magalhães, responsável pela Paróquia há 21 anos, a participação popular na procissão é um símbolo da identificação com Santo Antônio. “A fé das pessoas tem crescido. A esperança, o desejo de ajudar e, sobretudo, essa inspiração nesse grande santo que é Santo Antônio. O santo alegre, feliz e que causa admiração nas pessoas pelo que  foi e continua sendo, através de sua simplicidade”, afirma.  

Segundo a Arquidiocese, existem quatro paróquias e 41 comunidades dedicadas a Santo Antônio na capital e nos municípios de Lauro de Freitas, Salina das Margaridas, Itaparica e Vera Cruz.

Treze dias de festa 
As celebrações pelo bairro começaram no primeiro dia de junho, com o início da Trezena de Santo Antônio. Os treze dias de festa contaram com atrações musicais, missas e barracas de comidas típicas. 

Até o último dia, foi celebrada diariamente, às 20h, a missa da trezena, na Paróquia Santo Antônio Além do Carmo, situada no largo principal do bairro. Este ano, o tema da trezena foi ‘Santo Antônio e a Misericórdia com os pobres na vivência do Evangelho’.

A Trezena foi organizada pela Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) e da Fundação Gregório de Mattos (FGM), numa parceria com a Associação Centro Histórico Empreendedor (Ache) e a Sole Produções.

*Orientada por Monique Lobo.

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