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Republicanos diz que ‘não fará parte da base do governo Lula’ mesmo com Costa Filho no ministério

Nota assinada pela Executiva Nacional afirma que sigla seguirá atuando de forma independente no Congresso Nacional e que o parlamentar precisará se licenciar de suas funções partidárias

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) aceitou o convite de Lula para assumir o Ministério de Portos e Aeroportos

Um dia depois de o governo Luiz Inácio Lula da Silva oficializar o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) como novo ministro de Portos e Aeroportos, a Executiva Nacional do Republicanos divulgou uma nota, na qual afirma que o partido “não fará farte da base do governo Lula” e seguirá atuando de “forma independente”. “O Republicanos vem a público reiterar, mais uma vez, que não fará parte da base do governo Lula e seguirá atuando de forma independente”, diz o comunicado publicado nesta quinta-feira, 7. Segundo a cúpula da legenda, que possui 41 deputados, Silvinho, como é conhecido entre os aliados, foi uma escolha pessoal e direta do presidente da República. Em razão disso, Costa Filho terá que se licenciar não só do cargo de deputado federal, como de suas funções partidárias – o parlamentar é presidente do diretório pernambucano do Republicanos e primeiro tesoureiro da direção nacional da legenda.

“Diante disso, ao aceitar o convite, Silvio Costa, como anunciado pelo próprio deputado nesta quarta-feira (6/9), deverá se licenciar não somente do cargo de deputado federal, mas também de suas funções partidárias, tanto na presidência do partido em Pernambuco quanto do cargo de 1º tesoureiro na Executiva Nacional Do Republicanos”, explica o partido. “Reconhecemos a trajetória política do deputado, que sempre contribuiu para o desenvolvimento do Republicanos e seguiu orientações do partido em votações no Congresso Nacional. Por fim, reafirmamos nosso compromisso público de seguir apoiando o que for bom para o povo brasileiro e o Brasil”, finaliza o texto.

Como a Jovem Pan mostrou, a minirreforma ministerial foi oficializada pelo governo Lula na noite desta quarta-feira, 6, após semanas de negociações com Republicanos e PP – o deputado federal André Fufuca (PP-MA) foi escolhido para o Ministério do Esporte, no lugar da ex-jogadora de vôlei Ana Moser. Além das entradas de Fufuca e Costa Filho e da saída de Moser, o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) foi deslocado de Portos e Aeroportos para o Ministério das Micro e Pequenas Empresas. A novela envolvendo o ingresso do Centrão no governo Lula se arrastou pelos últimos meses e foi marcada por idas e vindas. No início das tratativas, o presidente da República atuou para blindar os ministérios da Saúde, de Nísia Trindade, e do Desenvolvimento Social, sob o comando de Wellington Dias, da cobiça das legendas. Uma das alternativas colocadas na mesa, então, foi criar o Ministério da Pequena Empresa, até então uma secretaria subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, chefiado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. Esta hipótese foi refutada pelas legendas, uma vez que o órgão tem pouco orçamento e um número reduzido de cargos. A exigência por uma pasta turbinada, inclusive, desencadeou a articulação para a transferência da Secretaria das Apostas Esportivas para o Esporte. Além disso, nos últimos dias, o PP passou a pleitear a criação de quatro novas secretarias, para destinar emendas parlamentares – uma delas trataria de jogos eletrônicos.

O efeito colateral da reforma ministerial é a queda de mais uma mulher do primeiro escalão do governo. Com a troca no Ministério do Esporte, Ana Moser se junta a Daniela Carneiro como segunda mulher a deixar a Esplanada. Deputada federal pelo União Brasil do Rio de Janeiro, Carneiro foi substituída pelo também deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA) no Ministério do Turismo. A parlamentar era tida como um nome da cota pessoal de Lula (Daniela Carneiro apoiou Lula nas eleições, e o entorno do petista avalia que a atuação da congressista e de seu marido, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho, foi fundamental para conter o avanço do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre o eleitorado da Baixada Fluminense). Por outro lado, Sabino é um nome chancelado pela bancada do União Brasil, que, mesmo ocupando três pastas da administração federal, alegava que os ministros não representavam as bancadas – os ministros Juscelino Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Integração Nacional) são apadrinhados pelo ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (AP).

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