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Rios e mares recebem todos os anos volume de lixo capaz de cobrir 7.000 campos de futebol

Dados do panorama dos resíduos sólidos no Brasil de 2022 mostram que o país gerou 64 kg de resíduos plásticos por pessoa no ano passado. Foram 13,7 milhões de toneladas, de acordo com o estudo da Abrelpe. O pláticos é o item mais encontrado nos rios, correspondendo a 48,5% dos materiais que vazam para os mares. O estudo da Abrelpe revelou ainda que mais de 3 milhões de toneladas de resíduos sólidos gerados no Brasil vão parar nos rios e mares todos os anos, volume suficiente para cobrir mais de 7 mil campos de futebol. Outros 29,7 milhões de toneladas de lixo têm destino inadequado, como lixões e aterros ainda em operação em todo o país e que podem acarretar um acréscimo de 5 milhões de toneladas de plásticos no mar a cada ano

“Essa poluição causada pelos resíduos nos corpos hídricos, nos rios e mares, é resultado de falhas sistêmicas nos serviços de limpeza urbana e na infraestrutura da limpeza das cidades. Então, para resolver esse problema nós precisamos investir nessas infraestruturas e investir no aprimoramento desses serviços para prevenir essa poluição, para que ela não aconteça, para que esses materiais não acabem no fim da vida nesses corpos hídricos, trazendo os impactos de poluição, os impactos de contaminação e todos os problemas relacionados”, diz Carlos Silva Filho, diretor presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Ele, que também preside a International Solid Way Association, defende a criação de uma política nacional robusta voltada ao tema. “Isso envolve desde ações de consumo sustentável, a questão de serviços adequados de coleta regular desses resíduos, incluindo a coleta seletiva e, principalmente, envolve o fechamento dos mais de 2.500 lixões que ainda operam no Brasil, muitos deles na faixa litorânea, muitos deles próximo de córregos de rios, que acabam carreando estes materiais”, diz.

Marcos Paulo Santos Nascimento, diretor comercial de uma cooperativa de reciclagem, cita tragédias e danos causados aos animais e à natureza como consequência do acúmulo de lixo em locais indevidos. “Todo esse impacto ambiental vai atacar de diversas formas. Tem impacto na vida ambiental dos animais, mais recentemente tivemos alguns desabamentos acontecendo no Rio de Janeiro, alagamentos em São Paulo, Minas Gerais, outros locais, tudo isso é consequência ambiental. Não adianta a gente imaginar apenas a reciclagem como uma forma de gerar recursos, é também uma forma de salvar o planeta”, diz.

*Com informações do repórter Daniel Lian

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