Ex-diretor geral da PRF foi preso nesta quarta-feira, 9 por suposto uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral
Ton Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo – 28/10/2022
Enquanto diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques também é acusado de improbidade administrativa
O ex-diretor geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi transferido para a superintendência da Polícia Federal (PF) de Brasília após ser preso preventivamente em Florianópolis (SC) nesta quarta-feira, 9. O avião da PF que levou Silvinei desembarcou no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek no fim da tarde. Para preservar a imagem do ex-PRF, a aeronave pousou longe do hangar da PF e, logo depois, ele foi conduzido até a superintendência, onde passou a noite. A expectativa é de que ele seja transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda a partir desta quinta-feira, 10. A prisão faz parte da Operação Constituição Cidadã, na qual a PF apura o suposto uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral. A suspeita é de que barreiras da PRF foram feitas no segundo turno das eleições de 2022 com maior intensidade em municípios do Nordeste nos quais Lula (PT) teve ampla maioria dos votos no primeiro turno. De acordo com a investigações, integrantes da PRF teriam direcionado recursos humanos e materiais para dificultar o trânsito de eleitores. Entre os crimes apontados, estão prevaricação e violência política.
A PF avançou nas investigações a partir de imagens encontradas no celular da diretora de inteligência do Ministério da Justiça, Marília Alencar. Tratam-se de painéis que indicam os municípios onde lula teve mais de 75% dos votos. De acordo com as autoridades, no mesmo dia em que os levantamentos foram feitos, Marília se reuniu com o então ministro da Justiça, Anderson Torres. Investigadores concluíram que existem fortes indícios de que as fotografias com o conteúdo eleitoral teriam sido tiradas para o encontro com Torres. Ao todo, a PF cumprido dez mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte. As ações foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que apontou conduta gravíssima e ilícita nos fatos apurados. A Corregedoria da PRF também participa das investigações e já começou a ouvir 47 policiais a respeito das denúncias de interferência no processo eleitoral. Na última terça-feira, 8, Anderson Torres negou que tenha interferido na PRF com finalidades eleitorais. A defesa de Silvinei Vasques ainda não de manifestou.
*Com informações do repórter André Anelli