A presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Maria Thereza de Assis Moura, decidiu manter na prisão o russo Sergey Vladimirovich Cherkasov, que está sendo investigado por “espionagem, lavagem de dinheiro e corrupção” e que se fazia passar por cidadão brasileiro. A ministra rejeitou um recurso que pedia a soltura do acusado, alegando que a prisão preventiva seria “excessiva” pois já ultrapassa 460 dias, segundo um comunicado divulgado pela Corte. Cherkasov foi preso em abril de 2022 e deportado pela Holanda ao tentar entrar no país europeu com um passaporte brasileiro que o identificava como Viktor Muller Ferreira. De acordo com a investigação, o cidadão russo vivia no Brasil havia “mais de dez anos com vários documentos falsos”, com os quais entrou e saiu do país ao menos 15 vezes. Em sua última viagem antes de ser preso, ele planejava entrar na Holanda para um suposto estágio no Tribunal Penal Internacional em Haia, logo após o início da guerra na Ucrânia. Uma vez em solo brasileiro, ele foi condenado pela Justiça Federal de São Paulo a 15 anos de prisão por “uso de documentos falsos”, sentença da qual recorreu. A defesa de Cherkasov argumenta que a prisão preventiva não se justifica. No entanto, a presidente do STJ ressaltou na decisão que “a mera extrapolação dos prazos processuais previstos em lei não leva automaticamente ao relaxamento da prisão preventiva”. “O processo está sendo conduzido de forma regular”, disse a ministra.
*Com informações da EFE.