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Tabata e PSDB ensaiam aliança após deputada ter preferido Boulos a Covas em 2020

Foto: Zeca Ribeiro/Arquivo/Agência Câmara

Tabata Amaral 01 de abril de 2024 | 09:18

A decisão da executiva municipal do PSDB de São Paulo de descartar o apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) pavimentou a coligação do partido com Tabata Amaral (PSB), embora ainda haja uma terceira opção, a candidatura própria.

Procurado pela Folha, o presidente do PSDB na capital paulista, o ex-senador José Aníbal, afirma que as duas alternativas serão avaliadas ao longo da semana. Aliados da deputada federal, no entanto, dizem acreditar que a aliança será consolidada —apesar de entraves de um lado e de outro.

Na prática, porém, boa parte dos filiados ao PSDB, além de vereadores e deputados, vão fazer campanha para Nunes, a quem preferem por ter dado continuidade à gestão de Bruno Covas (PSDB) e por estarem abrigados em cargos na máquina municipal.

Como mostrou o Painel, o PSDB deve ficar sem representação na Câmara Municipal. A crise na legenda levou os oito vereadores da bancada tucana a pedirem desfiliação —eles defendem que o partido apoie Nunes.

Se hoje Tabata busca a coligação com o PSDB, em 2020, na disputa entre Covas e Guilherme Boulos (PSOL), que concorre novamente neste ano, a deputada decidiu apoiar Boulos e não o tucano. Integrantes do partido que resistem a ela têm dito que a deputada virou as costas a Covas há quatro anos e, por isso, não faz sentido apoiá-la agora.

Em nota divulgada na época, Tabata, que havia votado em Marina Helou (Rede) no primeiro turno, disse não se alinhar inteiramente nem com Covas nem com Boulos, e elogiou ambos: “em tempos de grande polarização e ameaças autoritárias, é um alívio ver dois candidatos jovens e comprometidos com a democracia disputando o segundo turno”.

A deputada justificou sua escolha por Boulos afirmando ser contrária ao vice de Covas, Ricardo Nunes.

Como Tabata aparece atrás dos concorrentes, marcando 8% no último Datafolha, ante 30% de Boulos e 29% de Nunes, o posicionamento dela em 2020 reforçou a expectativa de que a deputada se alie ao PSOL no segundo turno deste ano caso esse cenário se mantenha.

“O vice-candidato de Bruno Covas, Ricardo Nunes, acusado de violência contra a mulher, com suspeita de corrupção e com um histórico de homofobia, é a antítese de tudo o que acredito. Não podemos legitimar no poder alguém que não respeita direitos humanos fundamentais e demonstra não ter comprometimento com a ética. Isso, para mim, é inegociável”, escreveu ela em 2020.

Procurada pela reportagem, a equipe de Tabata diz não haver contradição entre a decisão de 2020 e a de agora em relação ao PSDB. Em nota, voltou a afirmar que a escolha por Boulos foi em razão Nunes “representar a antítese” do que Tabata acredita.

“O posicionamento em 2020 foi, sobretudo, contra tudo aquilo que não representa o mandato de Tabata Amaral.”

Naquele momento, Tabata já enfatizava pontos centrais do seu programa, como prioridade às periferias, promoção de justiça social e superação de desigualdades.

Agora, apesar da escolha pelo adversário em 2020, já há sinais da aproximação entre Tabata e a cúpula do PSDB. A ponte é construída por Orlando Faria, ex-secretário municipal de Covas, que segue no PSDB e passou a integrar a pré-campanha de Tabata —e, por isso, deixou o comando do partido na capital.

O novo presidente, Aníbal, que foi nomeado pelo presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, no fim de fevereiro, admira Tabata. Tucanos afirmam que o objetivo do ex-senador é ocupar o posto de vice na chapa dela.

No último dia 22, dos 15 integrantes da executiva municipal, apenas 2 votaram pela coligação com o prefeito. Aníbal critica a aliança entre Nunes e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem chama de golpista.

Parte dos tucanos veem vantagens em apoiar Tabata. Na coligação com ela, o PSDB teria influência no governo, espaço na propaganda e poderia indicar um candidato a vice —posto que, na aliança de Nunes, deve ficar com o PL e ser indicado por Bolsonaro ou pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Tabata, por sua vez, ganharia ao menos um partido aliado, já que agora conta apenas com o PSB. Isso lhe ajudaria a aumentar seu tempo de propaganda na TV, que ainda assim seria bem menor do que o de Nunes.

Para o prefeito, que já tem o apoio de ao menos 10 partidos, o PSDB nem sequer contaria no tempo de TV, pois não está entre as seis maiores legendas da coligação.

Carolina Linhares/Folhapress

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