Que mulher incrível essa Tina Turner! É a sensação que vai reverberando num crescente, junto com o desenrolar do bom documentário Tina, que chegou ao catálogo da HBO Max no finzinho de janeiro.
Pensado para marcar a aposentadoria da cantora de 83 anos, o filme produzido por Simon e Jonathan Chinn foi apresentado ao público pouco tempo depois do musical da Broadway sobre ela. A peça, não sabemos o teor, mas o filme conta sem muitos pudores a trajetória da artista com todos os altos e baixos que lhe serviram de fio condutor para o estrelato.
Narrado pela própria cantora, que também aparece em diversos momentos diante da câmera, Tina, o filme, é um testemunho de resiliência, fé e coragem. Quem a via, um furacão eletrizante no palco, não imaginava que a menina criada nos campos de algodão do sul dos Estados Unidos venceu o abandono dos pais, o racismo, a misoginia, o medo e a violência brutal com que seu marido, o produtor e guitarrista Ike Turner, a tratava.
Veja o trailer de Tina:
Dona de uma coleção de tragédias pessoais,Tina quase desistiu – ao longo da produção, ela conta que tentou o suicídio três vezes. Numa delas, nem teve tempo de se recuperar e já estava no palco, arrastada para perto do marido que tinha deixado metade de seu rosto num tom indisfarçável de roxo.
“Vivi uma vida de abusos. Não tem outro jeito de contar minha história”, revela a vencedora de uma dúzia de Grammys, logo no início da conversa. Durante muito tempo, ela nem pensou em se expor. Nem mesmo a carreira reconquistada após o divórcio de Ike ou a repercussão positiva do filme estrelado por Angela Basset, inspirado na autobiografia dela, a fizeram superar. O que, então, limpou o coração da intérprete de Private Dancer e What’s Love Got To Do With It? O budismo, ela conta: “Todos querem ser felizes, é um desejo humano básico, assim como a compaixão”.
Prime Video vai na trilha do Oscar
Chegaram ao Prime Video dois filmes badalados da lista de indicados ao Oscar: Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo e Triângulo da Tristeza.
Estrelado por Michelle Yeoh, quem vem faturando todos os prêmios de melhor atriz na temporada, Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo é o grande favorito este ano, com 11 indicações. Sucesso de público e crítica, o filme de Daniel Kwan e Daniel Scheinert custou US$ 25 milhões e já faturou US$ 100 milhões.
Veja o trailer de Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo:
Dá para entender esse frisson todo. A trama, que brinca de forma mais ‘adulta’ com o conceito de metaverso, privilegia uma linguagem que se assemelha à realidade de aplicativos como o TikTok, por exemplo, trazendo para o cinema referências a filtros, piadas e memes comuns à rede social, feitas para viralizar. Basta se ligar nas pedras com olhinhos ou os dedos de salsicha, que, por sinal, foram leiloados junto a outros 41 objetos de cena.
Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2022 e com três indicações ao Oscars, Triângulo da Tristeza tira sarro dos super ricos. No ambicioso filme do sueco Ruben Östlund, um cruzeiro para milionários afunda e os sobreviventes vão parar numa ilha, onde as relações de poder se quebram.
Veja o trailer de Triângulo do Tristeza: