O atual presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o deputado estadual Adolfo Menezes (PSD), reuniu apoios de 61 dos 63 parlamentares e também conquistou o apoio do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que deu “sinal verde” para a bancada petista declarar apoio à recondução de Adolfo na liderança da AL-BA.
A movimentação freou uma candidatura própria do PT pela presidência da Casa. Segundo interlocutores, o cargo era visto com bons olhos pelo líder do governo, o deputado estadual Rosemberg (PT), que agora deve se articular para disputar a tão cobiçada primeira vice-presidência.
Mas por que Adolfo se tornou também o candidato de Jerônimo?
Segundo deputados ouvidos pelo Bahia Notícias, o trunfo de Adolfo em relação ao governador é o estilo de fazer política. Ele é visto pelo Executivo como um aliado fiel, apaziguador e colaborativo, que não pressiona o governo em troca, por exemplo, de espaços ou favores.
Um perfil bem diferente ao de outros políticos que comandaram a Assembleia, inclusive aquele que foi presidente por mais tempo: Marcelo Nilo, hoje no Republicanos, que dirigiu a Casa por dez anos. Nilo emplacou secretários, dirigentes de órgãos públicos e até um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Marcus Presídio, que foi diretor Financeiro da Assembleia na gestão do ex-deputado.
Quando Nilo indicou Presídio, o então governador Rui Costa (PT), hoje ministro da Casa Civil, pretendia entregar a vaga a um petista, pois a cadeira ficou vaga com a morte de Zézéu Ribeiro, que foi uma das estrelas do partido antes de se aposentar. “Marcelo Nilo tinha o perfil de colocar a faca no pescoço, de pressionar, o oposto de Adolfo. Hoje, o presidente da Assembleia não dá dor de cabeça ao governador”, avaliou um parlamentar da base aliada, reservadamente.
Adolfo costuma cobrar do governo ações para os redutos eleitorais, sobretudo Campo Formoso. Mas não há titulares em órgãos do primeiro ou segundo escalões indicados por ele. Isso ajudou a conquistar a simpatia e o apoio para a reeleição de Jerônimo. O receio do governo é que, se houvesse um outro nome no páreo, o que não há, o perfil fosse o oposto.