O “passaralho” realizado na TV Globo nos últimos dias ainda pode render. Isso porque a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e os sindicatos da categoria do Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo se reuniram em uma ação conjunta para lutar contra as demissões. O comunicado, publicado no site do órgão nacional, fala em “etarismo” e “desmonte da profissão”.
“Em uma ação unitária, entidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, além da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), enviaram, na última terça-feira (4/4) um ofício à Rede Globo reivindicando uma reunião em caráter urgente para tratar das demissões que começaram a ocorrer nos diferentes estados onde a emissora está sediada”, começou.
O texto afirmou que ficaram sabendo dos cortes durante uma reunião: “Na manhã do dia 4 de abril, enquanto o Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro realizava uma assembleia da campanha salarial de Rádio e TV, jornalistas foram surpreendidos com as demissões que atingiram diferentes editorias do jornalismo da Rede Globo. Ao longo da tarde, mais desligamentos foram confirmados, incluindo as praças de Pernambuco e Minas Gerais”.
O sindicato ainda continuou falando sobre as demissões: “Nas primeiras horas desta quarta-feira, 5 de abril, as demissões começaram a ocorrer em São Paulo: até o momento, ao menos seis jornalistas foram demitidos, mas a apreensão geral é que a direção da empresa anunciará mais cortes ao longo do dia”.
E completou: “Em reunião realizada com profissionais da emissora, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo salientou que a posição da entidade é a luta contra qualquer demissão, com a categoria resistindo coletivamente a esse verdadeiro desmonte de nossa profissão. Fica evidente também a posição etarista da empresa, com a demissão sumária de profissionais com décadas de experiência”, disparou a nota.
Antes de divulgar uma declaração do presidente de um dos sindicatos, o comunicado finalizou: “Diante disso, as entidades que representam jornalistas e radialistas planejam ações conjuntas para barrar as demissões, além de abrir um canal de comunicação com a Rede Globo: tal prática é, inclusive, uma obrigação de qualquer empresa que realiza demissões coletivas, como indica recente entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF)”.
Thiago Tanji, presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, disse que vão lutar pelos profissionais: “Não basta realizarmos as notas de repúdio contra as demissões. Iremos nos organizar com a categoria para resistir coletivamente às demissões e garantir dignidade a todas e todos os profissionais da Globo”.