Na próxima segunda-feira (4), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, embarcará para uma viagem à Europa, o que poderá atrasar a decisão sobre o aguardado pacote de corte de gastos do governo. Durante sua estadia, Haddad visitará importantes cidades como Paris, Londres, Berlim e Bruxelas, permanecendo fora do país até o sábado seguinte (8). Com isso, qualquer anúncio oficial sobre o pacote de medidas será adiado até seu retorno, previsto para o dia 11 de novembro. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, ressaltou a urgência da questão, mas indicou que a votação do pacote no Congresso Nacional pode ser postergada para março do próximo ano.
O governo está considerando a apresentação de uma proposta de emenda à Constituição para implementar as medidas de corte de gastos. No entanto, ainda não há consenso sobre o montante a ser cortado. O ministro Haddad negou rumores de que o governo planeja cortar entre R$ 30 bilhões a R$ 50 bilhões. Por outro lado, a ministra Tebet mencionou que uma das medidas em análise poderia economizar cerca de R$ 20 bilhões, mas até o momento, nada foi oficialmente anunciado. Os ministros da área econômica asseguram que os direitos adquiridos dos trabalhadores serão preservados, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não deseja alterar os benefícios sociais vinculados ao salário mínimo.
A falta de consenso dentro do governo sobre as áreas a serem afetadas pelo corte de gastos tem gerado tensão entre as áreas política e econômica. O mercado financeiro, por sua vez, aguarda ansiosamente por uma definição, temendo que o pacote seja menos robusto do que o necessário. Especialistas sugerem que a demora na decisão pode ser prejudicial e que o governo deveria buscar um consenso interno antes de apresentar a proposta à sociedade. A situação reflete desafios semelhantes enfrentados em outras áreas econômicas, como a reforma tributária, onde a obtenção de consenso inicial tem sido um obstáculo.
*Com informações de Luciana Verdolim
*Reportagem produzida com auxílio de IA