O megainvestidor Warren Buffett, CEO da Berkshire Hathaway, defendeu nesta sexta-feira (21/4) penalidades mais duras para executivos que levem instituições financeiras à falência. “Não conheço ninguém que foi servir hambúrgueres no McDonald’s depois de comprometer o sistema em 2008″, disse Buffett, referindo-se à crise financeira do fim da primeira década deste século. “Os bancos, e não os contribuintes, devem pagar se os custos das falências aumentarem.”
A afirmação de Buffett foi feita em entrevista à rede de TV americana CNBC. Ela ocorreu no momento em que o investidor, uma das pessoas mais ricas do mundo (ocupa o quinto lugar na lista da Forbes), debatia a recente falência do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, nos Estados Unidos.
O fiasco dos dois bancos resultou em perdas estimadas em US$ 22,5 bilhões, de acordo com estimativas do Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), órgão equivalente ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC), no Brasil. Do total, US$ 19,2 bilhões estão relacionados à proteção de correntistas não segurados.
Na prática, Buffett quer que os altos executivos dessas instituições, envolvidos nos episódios de insolvência, percam bônus de aposentadorias e sofram outras penalidades, como a devolução de salários recebidos. De acordo com o investidor, a ausência de punições para os responsáveis por problemas desse tipo teria levado a Berkshire Hathaway a vender ações de instituições financeiras, incluindo papéis que a empresa manteve por 30 anos.