Mais de 380 protestos pelo direito ao aborto foram registrados nas ruas das cidades dos Estados dos Unidos (EUA) neste sábado (14/5). Segundo informações do jornal The Washington Post, milhares de pessoas manifestaram contra a possibilidade de a Suprema Corte americana derrubar a lei do aborto em todo o país.
Com marchas entituladas “mantenha as proibições fora dos nossos corpos”, mulheres e homens se colocaram contra a reversão de jurisprudência, estabelecida em 1973, no caso Roe versus Wade. Na ocasião, o júri concluiu que o acesso ao aborto é um direito constitucional da mulher até a 28ª semana de gestação. Em 1992, a lei foi alterada para 24 semanas, no caso Planned Parenthood versus Casey.
Após as indicações do republicano Donald Trump, ex-presidente dos EUA, a Suprema Corte passou a ter maioria conservadora – o que pode provocar a derrubada da lei. No início deste mês, o site Político publicou uma minuta assinada pelo juiz Samuel Alito, com data de 10 de fevereiro, que traz a revogação do direito.
Após o vazamento, a Suprema Corte americana confirmou a veracidade do documento, mas disse que “não é a posição final” do órgão.
Por sua vez, o vazamento de um documento de opinião da Suprema Corte é algo sem precedentes nos Estados Unidos.
Pesquisa divulgada dois dias depois da revelação mostrou que a maioria dos norte-americanos não quer a derrubada da jurisprudência.
Segundo a pesquisa, 54% dos americanos concordam que o entendimento atual sobre a interrupção da gestação não seja alterado, enquanto 28% mantém a posição contrária.
Contestação
A Suprema Corte norte-americana está considerando uma lei do estado do Mississippi que proíbe o aborto depois de 15 semanas de gestação. Essa decisão, votada em 2021, contesta o resultado do casa Roe vs Wade, que permite a interrupção até 24 semanas, e abre precedentes para que cada estado decida sua política sobre o tema.
De acordo com a pesquisa, 33% dos americanos acredita que o aborto deve ser facilitado em seus estados, enquanto 36% diz que as leis devem ser mantidas como estão, e 25% quer que a interrupção da gestação seja dificultada.
A posição da grande maioria, no entanto, é de que o aborto deve ser legal em alguns casos. Para 82%, essa deve ser uma opção quando a saúde da mulher está em perigo, e 79%, quando a gestação é resultado de um estupro ou incesto.
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