A polícia de Israel anunciou, neste sábado (14/5), que irá investigar a ação de seus agentes durante o cortejo do funeral da jornalista palestina Shireen Abu Aqleh, em Jerusalém.
O cortejo foi brutalmente reprimido pela polícia israelense na sexta-feira (13/5). De acordo com imagens que circulam em redes sociais, as forças de segurança partiram com cassetetes para cima até de quem carregava o caixão, e quase fizeram com que ele caísse.
“O comissário de polícia israelense, em coordenação com o ministro da Segurança Pública, ordenou uma investigação sobre o incidente. As descobertas serão apresentadas ao comissário nos próximos dias”, informou a corporação, segundo registro de agências internacionais e da mídia local.
A jornalista, que também tinha nacionalidade norte-americana, foi morta com um tiro na cabeça na última quarta-feira (11/5), enquanto cobria um confronto entre combatentes palestinos e israelenses na Cisjordânia.
Os palestinos acusam os militares israelenses de terem atingido a profissional, que tinha 51 anos e trabalhava na rede Al Jazeera.
As circunstâncias da morte da jornalista levaram os palestinos a transformar o funeral em um ato político. Milhares de pessoas acompanharam o cortejo a partir do hospital St Joseph, em Jerusalém Oriental, e ocuparam as ruas gritando palavras de ordem e levando bandeiras da Palestina.
Israel, porém, proíbe o uso das bandeiras do país com o qual disputa território em manifestações na cidade, e a polícia alegou “interrupção da ordem pública” para agir.
Morte em investigação
Autoridades israelenses e palestinas iniciaram investigações independentes após Shireen Abu Aqleh ser baleada. De acordo com informações da Al Jazeera, a jornalista, conhecida pela cobertura que realizava no Oriente Médio, estava identificada como profissional de imprensa e vestia colete de identificação quando foi alvejada.
Um outro jornalista da Al Jazeera, chamado Ali al-Samoudi, também foi ferido, com um tiro nas costas, mas está em condição estável. Ele e outros profissionais presentes no lugar do tiroteio afirmam que não existiam combatentes palestinos no local quando foram baleados.
Isso contesta a versão do tenente-general Aviv Kohavi, chefe militar do exército de Israel, que confirmou a operação no local onde a jornalista foi morta, mas disse não ser possível saber de onde havia saído a bala que matou Shireen Abu Akleh.
“A primeira bala me atingiu e a segunda bala atingiu Shireen. Não havia resistência militar palestina no local”, disse Ali al-Samoudi à Al Jazeera.
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