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Chamado de novo Neymar no passado, Dembelé pode vencer 2ª Copa pela França

Ousmane Dembélé, 25, e Lionel Messi, 35, rivais neste domingo (18) na decisão da Copa do Mundo, foram companheiros de equipe por quatro anos. Em 2017, quando o francês foi contratado pelo Barcelona, o argentino foi um dos primeiros a endossar a integração do então jovem de 20 anos ao elenco.

 
 
 
À época, o ex-capitão do time espanhol chegou a dizer para o técnico Ernesto Valverde que a equipe teria que mudar seu estilo. “Temos que encontrar uma forma de jogar que explore o potencial desse cara.”
 
As apostas em torno do nome dele eram altas, assim como as cifras investidas em sua contratação. Menos de um mês após embolsar 222 milhões de euros (R$ 812 milhões à época) com a venda de Neymar para o Paris Saint-Germain, o clube catalão pagou 105 milhões de euros (R$ 392 milhões à época) para tirar Dembélé do Borussia Dortmund.
 
O negócio previa, ainda, mais 40 milhões de euros (R$ 149,5 milhões) de variáveis bônus.
A ideia era clara. Fazer dele o substituto do brasileiro. Mas isso esteve longe de acontecer. Com muitos problemas físicos e frequentemente relegado ao banco de reservas pelos técnicos com os quais trabalhou, ele nunca chegou perto de preencher a lacuna de Neymar.
 
Nas cinco temporadas anteriores à atual, fez uma média de 30 jogos e marcou, ao todo, 33 gols, média de 6,6 por temporada. Neymar fez 105 gols em quatro temporadas com os catalães.
 
Por muito tempo, a contratação do francês foi alvo de muitas críticas na imprensa espanhola. Ele chegou, inclusive, a ser afastado do time e viu seu nome ser colocado à disposição do mercado. Mas resistiu.
 
O tom das críticas contra ele só começou a mudar neste ano, quando ele enfim começou a apresentar o potencial que Messi não só apontava como ajudava a lapidar.
 
“Léo é uma pessoa muito calma, e ajuda muito os jovens. Cheguei a Barcelona com 20 anos e [Messi] todos os dias me dava umas dicas para acalmar, esperar o tempo certo para o drible e para fazer o passe”, contou Dembélé nesta sexta-feira (16).
 
Ele se orgulha dos tempos em que jogou ao lado do camisa 10. “É um jogador excepcional, que tal como Iniesta, me fez amar o Barça. Estou muito feliz por ter jogado com ele ao meu lado”, acrescentou.
 
Foi só quando o argentino deixou a Catalunha, em 2021, também rumo ao Paris Saint-Germain, que ele enfim conseguiu colocar em prática o aprendizado passado pelo argentino.
 
Titular do time de Xavi, acumula cinco gols e sete assistências em 20 jogos disputados pela equipe em 2022. Com regularidade em campo e boas atuações, mudou de status até na Seleção Francesa.
 
Ele fez parte do grupo que conquistou o título mundial na Rússia, em 2018, atuou em quatro partidas, mas foi titular em apenas duas, contra Austrália e Dinamarca, na fase de grupos.
 
Na semifinal, contra a Bélgica, e na final, com a Croácia, viu as partidas sentado no banco de reservas. Ao longo do torneio, não fez nenhum gol, não deu assistências, nem teve atuações marcantes. Bem diferente de agora.
 
No Catar, deixou Kinglsey Coman, do Bayern de Munique, no banco, para começa todos os jogos. A exceção foi o confronto contra a Tunísia, na última rodada da fase de grupos, quando o técnico Didier Deschamps resolveu poupar seus titulares. Foi também a única derrota da seleção, por 1 a 0.
 
Nos demais confrontos, apesar de não ter feito gols, Dembélé tem sido peça importante para o time, com sua velocidade e jogadas rápidas pela direita. Além de gerar volume ofensivo, já deu duas assistências para gols de Kylian Mbappé.
 
Ambidestro e muito forte nas jogadas de um contra um, ele será uma arma fundamental para ajudar a equipe francesa a sobrecarregar o sistema defensivo da Argentina na decisão.
 
Se conseguir ajudar seus companheiros, chegará aos 25 anos à conquista de sua segunda Copa do Mundo. Será um feito para um jogador que, por muitos anos, teve que lidar com muitas críticas.
 
Também será curioso vê-lo impedir justamente Messi -a quem ele muito admira- de alcançar a única taça que falta na carreira do camisa 10.
 
Para quem demorou a vingar como “novo Neymar”, ele poderá orgulhar-se de ter em sua galeria algo que nem o brasileiro em três Copas do Mundo (2014, 2018 e 2022), nem o astro argentino em cinco (2006, 2010, 2014, 2018 e 2022) teriam.
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