Uma carta que fala sobre Jesus, LSD, Lula, Geraldo Alckmin, escravidão, drogas, comunismo, caminhoneiros e programação neurolinguística chegou ao Palácio do Planalto, endereçada a Jair Bolsonaro (PL), e virou caso de polícia nesta quinta-feira (22/12).
O texto é escrito por Claudemir Antônio Parisotto, advogado de Santa Catarina que vive em Brasília e já foi detido por pichar ministérios e o Museu Nacional da República com frases do tipo: “Alckmin foi drogado pelo PT com LSD”. Nesta noite, ele acabou sendo conduzido à delegacia, mais uma vez, por arremessar o folheto enrolado em uma pedra e uma bandeira do Brasil dentro do Planalto.
Segundo o advogado, o objetivo era avisar que ele entrou com um processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a diplomação do presidente eleito. Entre os papéis havia um registro do documento e uma carta que começa dizendo: “Lula pode ser preso por qualquer um do povo!”. Veja na íntegra:
Carta jogada no Palácio do Planalto O texto é desconexo e segue dizendo que o crime do petista é manter o vice, Alckmin, em condição análoga à de escravo. “Sim, Geraldo foi reeducado. Um caminhoneiro no dia 01/11 me confessou. A flagrância do art. 149 se dá em razão de que é preciso manter ele drogado, para ser ESCRAVO. A droga está no corpo dele ativa e no meu inativa [sic]”.
Claudemir ainda afirma ideias ilógicas como “nos QGs a maioria são comunistas”, se referindo ao protesto bolsonarista no Quartel-General do Exército, e “a droga possibilita uma PNL – programação neurolinguística”.
Detido O advogado acabou detido pelo 6º Batalhão da Polícia Militar e foi levado à 5ª Delegacia de Polícia (Área Central). Segundo ele, a pedra em que embrulhou com os papéis e a bandeira era do tamanho de uma maçã e foi arremessada pela rampa do Planalto.
“Era para cair lá dentro. Alguém ver e levar para o Bolsonaro”. Claudemir prestou depoimento na Polícia Civil por volta das 19h30 e foi liberado após registro da ocorrência, que está em investigação.
Parisotto vem protagonizando histórias ilógicas por Brasília. Recentemente, ele entrou com um recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a diplomação do presidente eleito, alegando que o petista “praticou estelionato eleitoral mediante uso de droga”.
Claudemir também foi autor de pichações em ministérios e no Museu Nacional da República, com letras em vermelho, escrevendo frases como: “O Alckmin foi drogado com LSD, a droga da reeducação comunista”.
Em outro monumento, pichou os dizeres: “O fruto proibido domina a mente por sete dias” e “Alckmin foi drogado pelo PT com LSD”. Investigado pela PCDF, o defensor de 48 anos afirmou morar em Chapecó (SC) e veio a Brasília porque queria conversar com o Bolsonaro para dizer que “descobriu” uma droga da “reeducação comunista”.
Ele também dedicou alguns dias para ficar em uma região central de Brasília com uma grande cruz feita em PVC, também com dizeres sobre LSD, Lula, Alckmin e comunismo.
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