Veterano da literatura e imortal da Academia de Letras da Bahia (ALB), o escritor Florisvaldo Mattos foi o vencedor do Prêmio Baianos do Ano, promovido pelo CORREIO, na categoria Literatura. Com 14 livros publicados em vários gêneros, o jornalista integrou a Geração Mapa, que revelou Glauber Rocha, Fernando da Rocha Perez e João Ubaldo Ribeiro, entre outros importantes intelectuais baianos.
Nome de destaque na literatura e no jornalismo baiano nas últimas cinco décadas, ele se prepara para lançar um novo livro, no mês de março. “Eu fiquei surpreendido com esse prêmio, porque na Bahia, atualmente, é raro ter agraciações nas áreas das artes, principalmente literárias. Recebi com muita honra e o CORREIO preenche um vácuo nesse sentido, engrandecendo o processo cultural baiano”, pontuou o escritor.
Florisvaldo contou que o novo livro se chama Academia dos Rebeldes e Outros Exercícios Redacionais e foca vários pontos do universo cultural baiano. No ano passado ele lançou duas obras, que foram apresentados na Bienal do Livro, em novembro passado.
Natural de Uruçuca (que, na época, era o distrito ilheense de Água Preta), Florisvaldo teve uma trajetória de sucesso na escola e no ginásio.
“Comecei a me interessar por leitura ainda no primário. Estudando no grupo escolar Carneiro Ribeiro, a professora Dadá adotava livros para leitura que havia poesias e contos”, recorda o poeta no documentário Memórias da Imprensa.
Segundo a Academia de Letras, nos anos 50, o cenário sócio-cultural de Salvador – e de toda a Bahia – era de provincianismo. Como descreve a jornalista e escritora Kátia Borges, os jovens do grupo que vão compor a Geração Mapa desejavam “vencer a província sem sair da província”, como dizia Glauber Rocha. Eram garotos, ainda adolescentes, estudantes do Colégio Central”, afirma.
O nome de Florisvaldo foi indicado para a premiação por Kátia Borges, que é cronista do CORREIO, doutora em Literatura e Cultura e professora do curso de jornalismo da Universidade Salvador (Unifacs). Segundo ela, o escritor domina os debates pela relevância inquestionável da sua trajetória. “Ele mereceu homenagens por seus 90 anos de vida, com eventos na Academia de Letras da Bahia”, destacou.
Sobre o prêmio
A terceira edição do Prêmio Baianos do Ano traz uma novidade: os vencedores da vez receberam uma estatueta: o Acarajé de Bronze, que também passa a representar a premiação, e será entregue em breve. A ideia é reconhecer e homenagear personalidades, instituições ou coletivos que se destacaram durante o ano, seja por seus trabalhos ou por aquilo que representam.
Foram ao todo seis categorias, definidas com base nos conteúdos mais comuns da Coluna Baianidades. Assim, o público pôde votar nos destaques de 2022 em Arte & Cultura, Humor & Internet, Música, Literatura, Ciência e Esporte.
A votação aconteceu até o meio-dia do próximo dia 29 de dezembro e o resultado foi divulgado no dia 31 de dezembro. A dinâmica da premiação seguiu a mesma: seis especialistas convidados indicaram três destaques em cada categoria. A partir dessas listas tríplices, os leitores escolheram, no site especial do prêmio, qual seria o premiado.