Diante da eleição para a mesa diretora da Câmara dos Deputados, a ser realizada no dia 1 de fevereiro, Zeca Dirceu (PT-PR) defende uma postura pragmática do Partido dos Trabalhadores. A federação Brasil da Esperança, formada pela legenda junto ao PV e o PCdoB, já declarou apoio à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara. O alagoano foi aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Eu sempre defendi que eleição para a Mesa Diretora não é o momento de ‘sair bem na foto’, de fazer luta política, de tentar criar um enfrentamento para daí ter uma notícia positiva por uma semana no jornal… Porque o que acontece no que é decidido impacta a ocupação dos espaços de poder por dois anos, em alguns casos, por quatro anos. E o PT errou muito ao longo dos últimos tempos, porque, com uma ou outra exceção, na maior parte das vezes, quis fazer luta política e abriu mão de ocupar os espaços que, proporcionalmente, cabem ao PT. Agora, nós estamos fazendo diferente”, disse Zeca Dirceu, em entrevista concedida à Fundação Perseu Abramo, do PT.
LiderançaO deputado federal, a partir do próximo dia 1º/2, chega ao seu quarto mandato e assume o papel de líder do PT na Câmara dos Deputados. O parlamentar defende a posição do partido pela reeleição de Arthur Lira. Ele considera que o atual presidente da Casa permaneceria no cargo, independentemente de o PT lançar uma candidatura. A federação liderada pela legenda detém a segunda maior bancada da Câmara.
“Todos sabem o quanto que o Arthur Lira acumulou poder e força diante até das fragilidades e da omissão do governo anterior. Ele coordenou grande parte da execução do orçamento do país e já tem votos suficientes independentemente da bancada do PT para se eleger presidente”, completou o filho do ex-ministro José Dirceu, também do PT.
Em tempo, a última vez em que o PT tentou emplacar um candidato próprio para fazer frente ao candidato favorito foi em 2015. Na ocasião, a legenda da então presidente Dilma Rousseff bancou a candidatura de Arlindo Chinaglia (SP), que foi derrotado por Eduardo Cunha. Posteriormente, o então emedebista foi um dos principais articuladores do impeachment da petista.