InícioEntretenimentoCelebridadeE como ficam crianças autistas no Carnaval? Especialista explica cuidados necessários

E como ficam crianças autistas no Carnaval? Especialista explica cuidados necessários

O ciclo do Carnaval pode ser vivenciado como um momento de experiências importantes para pessoas autistas, mas também é um período de cuidados necessários. Diante das mudanças na rotina, dos excessos de estímulos sensoriais e também das possibilidades de momentos de lazer e diversão entre pais e filhos na folia de Momo, o Kadu Lins, diretor geral do Instituto do Autismo e especialista na abordagem respeitosa para crianças e adolescentes neuroatípicos, aponta algumas dicas para a garotada que gosta da festividade e para os que não se sentem tão à vontade neste período.

Para as crianças e os adolescentes que gostam do carnaval, Kadu afirma que é importante que as famílias acostumem os filhos a possíveis cenários que venham a se deparar no dia da festa, como o colorido e as diferentes texturas das fantasias, os jatos de pistolinhas de água, ambientes com maior concentração de pessoas e brincadeiras com confetes e serpentinas.

Por isso, atividades de vestir a criança antes com o abadá ou fantasia, mostrar fotos do evento, quem ela pode encontrar no bloco ou na prévia, brincar previamente em casa com confetes e até mesmo colocar músicas que possam tocar no dia irão ajudar bastante na adaptação e no melhor aproveitamento da festa.

“Sabemos que o Carnaval pode ser um momento de grande desafio para pessoas autistas, pelo excesso de estímulos sensoriais, mas acreditamos que, respeitando as particularidades individuais e estando em ambientes mais abertos, é possível sim proporcionar uma vivência única, prazerosa e marcante em plena folia de Momo”, diz Kadu Lins.

Já para os que não curtem a folia, o ideal é que sejam programadas atividades que possam ser feitas dentro de casa ou em ambiente distante do movimento das festas. Em caso de viagem para lugares que não tenham tantos estímulos, é importante preparar as crianças para o que está sendo programado, para o que virá. Como o autismo é uma síndrome comportamental, quanto mais a criança estiver preparada e souber o que vai fazer durante aquele período, melhor será sua adaptação.

“Primeiro, respeite as preferências do seu filho. Se ele já não gosta de ambientes super estimulantes, evite esse local. Não é porque é Carnaval que ele precisa aceitar isso”.

Uma outra dica é manter a rotina do jovem, criança ou adolescente no período. “Respeita os momentos dele de acordar e de dormir. Não é porque chegou o Carnaval que tudo tem que mudar para ele.”

Segundo Kadu Lins, neste período é praticamente inevitável que as famílias com autistas não sejam impactadas. Afinal, elas irão se deparar com os excessos sensoriais da festividade em algum momento, seja na rua ou mesmo em casa. Isso porque é muito comum a mudança também de comportamento dos vizinhos, da comunidade ao nosso redor – som alto, uso de fogos e buzinas, fantasias, entre outros fatores. Por isso, trabalhar a previsibilidade sobre o que poderá ser vivenciado nesta fase é fundamental para minimizar os desconfortos dos autistas, principalmente dos que são mais sensíveis aos estímulos desta época.

“No mais, prudência. Respeite a individualidade do seu filho, e faça a preparação necessária para que possa curtir com o seu filho”, finaliza.

O Correio Folia tem patrocínio da Clínica Delfin, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador e apoio da Jotagê e AJL.

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