A tragédia que deixou mais de 50 mortos no último fim de semana no litoral norte de São Paulo evidenciou a importância de um bom sistema de alerta para populações expostas a condições climáticas extremas. O poder público brasileiro conta com procedimentos para avisar os cidadãos sobre riscos de tempestades, enchentes e desabamentos, mas o alcance deles ainda é muito restrito, em parte por depender do interesse de cada pessoa em buscar as informações.
Após o desastre em São Paulo, a Defesa Civil do estado informou que enviou alertas por SMS na sexta-feira que antecedeu o Carnaval (17/2), antes da chuva, para os celulares de 34 mil pessoas em todo o litoral. As cidades que foram atingidas por fortes chuvas, porém, têm 288 mil habitantes. Foram avisados, portanto, apenas 11,8% dos moradores.
E o aviso enviado ainda era falho e não conseguiu prever a violência da tempestade. As mensagens enviadas entre 17 e 19 de fevereiro falavam em até 250 milímetros acumulados de chuva. Quando choveu, porém, foram registrados 680 milímetros e as consequências foram desabamentos que não eram citados nas mensagens.
Diante das consequências da tragédia, autoridades paulistas e federais têm falado sobre melhorar o sistema de alertas. Para ter acesso a ele, porém, ainda é preciso que os cidadãos se inscrevam no serviço (que é gratuito), como fizeram os 34 mil moradores do litoral de São Paulo que receberam os SMSs.
Bombeiros, exército e voluntários fazem buscas de vítimas da chuva na Barra do Sary em São Sebastião, litoral norte de São Paulo 25
Fábio Vieira/Metrópoles
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Como fazerCada estado brasileiro e o Distrito Federal têm sua própria Defesa Civil, responsável por enviar os alertas para a população, mas o procedimento para se inscrever no serviço é o mesmo em todo o país:
É preciso enviar uma mensagem SMS (sem custos) para o número 40199. No texto da mensagem, o usuário deve digitar os números de seu CEP.
Não há limites de CEPs que cada usuário do sistema pode cadastrar. É possível, portanto, solicitar o serviço de alertas para a região da residência da pessoa, do trabalho e de cidades para onde se vai viajar ou mesmo do trajeto até lá.
Como administrarCaso o usuário queira cancelar algum dos cadastros, por exemplo após as férias, basta enviar uma mensagem com a palavra “sair” para o mesmo número, acompanhada do(s) CEP(s) que queira descadastrar. Se a pessoa enviar a palavra “sair” sem nenhum CEP, o serviço será desativado para todos os CEPs anteriormente cadastrados.
Opção via WhatsAppAlém do SMS, é possível aos cidadãos assinarem o serviço de alertas da Defesa Civil por meio do aplicativo WhatsApp – lembrando que é necessário acesso à internet para receber as mensagens dessa forma.
Para se cadastrar nessa opção é preciso ter o WhatsApp baixado e ativo no celular, além de salvar o número nacional da Defesa Civil: (61) 2034 4611.
É possível ainda se cadastrar por este link, que leva direto para a conversa com o robô que vai perguntar o CEP a ser cadastrado, além de dar outras opções de atendimento.
O autor desta reportagem cadastrou um CEP de Brasília na última sexta (24/2) para testar o serviço e logo recebeu o primeiro alerta, veja:
Outras opçõesCada Defesa Civil deixa em destaque em seu site na internet a página com alertas climáticos e de desastres, além de divulgar os informes em seus perfis nas redes sociais. Para acompanhar esses alertas, cidadãos devem buscar em páginas como Google ou Bing os sites e perfis da Defesa Civil em sua região.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) também mantém em seu site um sistema de alertas (mas não é possível se cadastrar para receber os informes). É possível acessar informações em tempo real sobre os riscos ou escolher ver a previsão para os dias seguintes.
Nesta página do Inmet é possível ainda ver os alertas de diferentes tipos distribuídos por estados, serviço útil para quem está viajando.