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Hospital de Gaza: a imprensa atirou um foguete em si mesma

A imprensa deu vexame ao noticiar de maneira garrafal, sem verificação nenhuma, que Israel atacou com um foguete o hospital Al-Ahli, em Gaza, matando 500 pessoas. A fonte da notícia: o grupo terrorista Hamas e o seu “Ministério da Saúde”.

A notícia açulou ainda mais os ânimos anti-Israel no Oriente Médio, na Europa e alhures e levou os líderes da Jordânia e da Autoridade Palestina a cancelarem o encontro com o presidente americano Joe Biden. Choveram notas oficiais de repúdio ao ataque covarde, verdadeiro crime de guerra. 

No Brasil, o PT jogou o foguete assassino na cara do embaixador israelense, depois que ele lamentou a nota do partido, uma indecência que acusava Israel de cometer um “genocídio” em Gaza.

O problema na atribuição dessa culpa a Israel é que o foguete não foi disparado pelo seu exército. Outro ponto que está longe de ser de somenos: até agora, pelo menos, não apareceram 500 corpos de vítimas, apesar de médicos do Al-Ahli terem dado um entrevista coletiva cercado de dezenas de cadáveres, o que já deveria ser bastante para configurar uma tragédia. Por último: na manhã do dia seguinte, constatou-se que o foguete caiu sobre a área de estacionamento do hospital. Havia um buraco de diâmetro e profundidade limitados e duas dezenas de veículos queimados ou com outros danos. Os prédios ao redor estavam, no geral, preservados.

Quando a notícia sobre o foguete foi divulgada com escândalo e consternação, o exército de Israel negou ter feito qualquer ataque no horário em que o artefato explodiu no hospital. Não demorou muito, um video veiculado ao vivo pelo canal noticioso árabe Al Jazeera, do Qatar, país que patrocina o Hamas, mostrou ao mundo que o foguete que atingiu o Al-Ahli foi disparado de Gaza.

Na imagem, o foguete explode no início da sua trajetória rumo a Israel e cai sobre o hospital, causando outra explosão e um incêndio. O canal Al Jazeera tirou logo o vídeo do ar, a transmissão voltou para o estúdio do telejornal, mas ele foi utilizado como prova pelo exército israelense. Outros vídeos, feitos de outros ângulos, também mostram que uma salva de foguetes foi disparada do território palestino no mesmo horário da imagem feita pela Al Jazeera e da explosão no hospital: 18h59.

Não bastassem as imagens, os militares israelenses divulgaram um grampo telefônico no qual dois palestinos do Hamas conversam sobre o foguete defeituoso. No diálogo, um deles afirma ao outro que o artefato foi disparado de um cemitério localizado atrás do hospital Al-Ahli, pela Jihad Islâmica, organização terrorista ainda mais radical do que o Hamas.

O presidente americano Joe Biden, na sua visita a Israel, disse que a análise de imagens aéreas confirma que o foguete que atingiu o hospital foi disparado de Gaza. 

Em resumo, Israel sustenta, com base em provas materiais também produzidas por árabes, que o artefato foi lançado de Gaza pela Jihad Islâmica e que o Hamas aproveitou-se da explosão no hospital para culpar Israel. 

Com todas essas evidências, a imprensa se viu acuada. Para tentar salvar a cara, jornais que manchetaram a versão do grupo terrorista Hamas, sem verificar coisa nenhuma, questionam as evidências reunidas pelos israelenses

Afirma-se que o grampo telefônico com a conversa dos dois palestinos do Hamas não foi submetido a análise independente.  Diz-se que o foguete que caiu no hospital pode ter sido abatido no ar por um foguete de Israel, embora não haja imagens dessa interceptação. Aventa-se que as dimensões do buraco no estacionamento do hospital condizem com as deixadas por impactos de artefatos geralmente lançados por drones israelenses, o que não faz o menor sentido. Os drones israelenses lançam bombas que causam estragos muito maiores. Chega-se a levar em conta a possibilidade de terem ocorrido dois eventos simultâneos: o disparo de um foguete e um bombardeio direcionado. Evidência? Nenhuma.

Levanta-se desconfiança sobre a negativa de Israel, porque muitas vezes investigações independentes contradisseram as suas versões. Um exemplo, citam, é o da jornalista Shireem Abu Akeh, da Al Jazeera, que morreu ao ser atingida por um tiro na Cisjordânia, em maio de 2022. Os jornais dizem que o  governo israelense imputou a morte a palestinos, mas a tese acabou invalidada pela agência de direitos humanos da ONU.

Nesse caso, não é bem assim: o que o governo israelense concluiu, ao final das investigações, foi que havia “uma grande possibilidade de que a Sra. Abu Akleh tenha sido acidentalmente atingida por tiros do IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) que foram disparados em direção a suspeitos identificados como atiradores palestinos armados”, mas que não descartava que a jornalista pudesse ter sido morta pelo inimigo durante a troca de tiros. 

Os jornais nunca irão admitir que erraram, e que o erro tem origem na cobertura enviesada do conflito entre Israel e Hamas. Ignoram provas e as relativizam. Usam, cinicamente, aquela máxima surradíssima de que “na guerra, a primeira vítima é a verdade” para sair pela tangente e decretar que será impossível saber o que de fato ocorreu no hospital Al-Ahli. Ao comprar a versão de um grupo terrorista, a imprensa atirou um foguete em si mesma.

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